O número de sírios desalojados no interior da Síria subiu em 230 mil desde o início do levante contra o governo do presidente Bashar Assad, no ano passado, segundo relatório do Conselho Norueguês para Refugiados e do Centro de Monitoramento de Deslocados Internos.
Mas, ao contrário dos milhares de sírios que cruzaram a fronteira dos países vizinhos, os grupos humanitários não conseguem chegar aos desalojados dentro da Síria, afirmou nesta quinta-feira o Alto Comissário da Organização das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), António Guterres.
“Um grupo da ONU tem feito repetidos pedidos de acesso”, afirmou Guterres aos jornalistas em Genebra.
O relatório das duas organizações estima que a Síria tenha atualmente mais de 600 mil pessoas desalojadas internamente, um dos maiores números do mundo. Antes do início do levante, a Síria já tinha cerca de 400 mil pessoas desalojadas, a maioria delas por causa da guerra de 1967 com Israel.
Jordânia
O número de sírios registrados que fugiram para a vizinha Jordânia chegou a 12.500 neste mês, disse o Acnur nesta quinta-feira.
“Na Jordânia, cerca de 12.500 sírios se registraram no Acnur até meados de abril de 2012. Este número deve aumentar na medida em que o Acnur e parceiros expandem seus esforços de alcance e o nível de assistência aos sírios”, disse a agência em comunicado, divulgado em seu site. “O governo jordaniano e o Acnur acreditam que há dezenas de milhares de sírios em situação de vulnerabilidade no país.”
Segundo Amã, cerca de 100 mil sírios já buscaram refúgio no reino desde o início do levante contra Assad.
“Muitos refugiados chegaram com meios limitados para cobrir suas necessidades básicas e aqueles que puderam, no princípio, contar com dinheiro economizado para sustentar suas famílias, estão agora necessitando de ajuda”, disse o Acnur.
Segundo monitores, 11 mil pessoas morreram no conflito sírio, mas para a ONU esse número é de 9 mil.
“A estimativa, até meados de abril, é que mais de 55 mil pessoas tenham fugido para países vizinhos como Jordânia, Líbano, Turquia e Iraque, colocando mais pressão nos governos e comunidades que acolhem essas pessoas”, disse o Acnur. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.