Síria: França e ONU querem ampliar missão observadora

O governo francês disse nesta quinta-feira que se o governo do presidente sírio Bashar Assad fracassar em cumprir o plano de cessar-fogo negociado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e a Liga Árabe, o país correrá o risco de mergulhar em uma guerra civil. Segundo a França isso ainda pode ser evitado se os monitores da ONU que estão na Síria tiverem os meios para supervisionar o cessar-fogo. Nesta quinta-feira, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, fez um apelo urgente ao Conselho de Segurança que aprove o envio imediato de uma força de 300 observadores à Síria. Ban afirmou, contudo, que antes avaliará como a crise evolui na Síria.

A França reuniu nesta quinta-feira um grupo de doze chanceleres dos países “Amigos da Síria”, de nações europeias e árabes, além dos Estados Unidos. O encontro foi aberto pelo chanceler francês Alain Juppé, o qual afirmou que o fracasso em aplicar o plano de trégua do enviado da ONU para a Síria, Kofi Annan, “seria catastrófico” e significaria o caminho para “uma guerra civil na Síria ou até mesmo uma guerra regional”.

O plano de Annan, que prevê um cessar-fogo que entrou em vigor no dia 12, comporta o envio de uma missão de 30 observadores da ONU. A proposta de Ban aumentaria a equipe para 300 monitores. Mais cedo nesta quinta-feira, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, disse que Assad “mente desavergonhadamente”.

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, afirmou que a ONU precisa adotar sanções e embargos ainda mais duros contra o governo sírio. “Nós precisamos nos mover de uma maneira bem forte e vigorosa e adotar uma resolução com sanções mais duras, incluindo viagens, setor financeiro e um embargo à venda de armas”, disse Hillary em Paris. A Rússia e a China, contudo, barraram duas tentativas de resolução na ONU contra a Síria. A Rússia criticou nesta quinta-feira o grupo “Amigos da Síria”.

Enquanto isso, na Síria, novos episódios violentos ocorreram nesta quinta-feira. Os observadores da ONU, entre eles o capitão de mar Alexandre Feitosa, do Brasil, visitaram a província sulista de Deraa. A agência estatal de notícias Sana confirmou que a equipe se deslocou para Deraa.

Um vídeo amador postado na internet por ativistas mostrou dois dos observadores ao lado de um jipe da ONU, enquanto manifestantes gritavam: “A morte é melhor que a humilhação” e “o povo quer derrubar o governo”.

Adel al-Omari, um ativista baseado na cidade de Busra al-Harir, disse que a província inteira de Deraa caiu sob controle das tropas de Assad na quarta-feira, após os desertores se retirarem da região. “Quarenta por cento das casas de Busra foram destruídas”. No dia 11, soldados regulares e desertores entraram em combates pelo controle de Busra, que fica entre Deraa e a província de Sweida, onde vivem os druzos sírios. “Existe falta de medicamentos”, disse Omari.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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