A Síria pediu nesta quarta-feira ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, que nomeie uma comissão independente para investigar o uso de armas químicas por rebeldes no norte do país. Horas depois, os rebeldes sírios também pediram uma investigação independente do caso, ocorrido na véspera, acusando o governo.

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O embaixador sírio na ONU, Bashar Jaafari, disse a jornalistas na manhã de hoje que havia pedido a Ban “a formação de uma missão técnica especializada, independente e neutra para investigar o uso de armas químicas contra civis pelos grupos terroristas que operam na Síria”.

“Foi um ataque muito sério, alarmante, inaceitável e antiético”, disse o embaixador. “Pedimos a ajuda do secretário-geral num sinal de boa-fé, boa vontade e boas intenções com a comunidade internacional e com o povo sírio.” O embaixador não admitiu que Assad possua armas químicas, mas afirmou que, se as tivesse, não as usaria contra a população civil.

Os rebeldes sírios negam que tenham feito uso de armas químicas e alegam que o ataque contra a aldeia de Khan al-Assal, na província de Alepo, foi perpetrado por forças do governo. O ataque em questão deixou 26 mortos. Se confirmado, será o primeiro do gênero em dois anos de guerra civil no país.

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Depois das declarações de Jaafari, a Coalizão Nacional Síria, principal grupo dissidente, também exigiu uma investigação profunda do suposto uso de armas químicas no ataque.

Em meio à troca de acusações, o embaixador norte-americano na Síria, Robert Ford, disse hoje à Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes dos EUA que “não há evidências” do uso de armas químicas pelos rebeldes.

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Ford descartou a possibilidade de o arsenal químico de Assad – que não é reconhecido oficialmente pelo governo sírio – ter sido usado.

“Até agora não tivemos evidências que respaldem as denúncias de que armas químicas foram usadas”, disse Ford ao Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados.

Em visita a Israel, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, manifestou ceticismo em relação à acusação do governo sírio contra os rebeldes. As informações são da Associated Press.