A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) criticou ontem a decisão da presidente argentina, Cristina Kirchner, de submeter ao Parlamento um projeto de lei para declarar de “interesse público” a produção, distribuição e comercialização no país de papel de jornal, atualmente fabricado pela empresa Papel Prensa.
Segundo a SIP, o projeto do governo Kirchner é “inconstitucional”, pois busca estabelecer um “controle da mídia”. Na véspera, Cristina havia anunciado em rede nacional de TV que pretendia que o Estado argentino regulasse esse produto em breve.
O presidente da SIP, Alejandro Aguirre, afirmou que “é perigoso que se use o conceito de ‘interesse público’, pois isso pode induzir a que existam leis para desapropriar ou regular a atividade, fato que denota uma possibilidade de avanço sobre os meios de comunicação e de controle da liberdade de imprensa por intermédio do insumo”.
O governo do presidente norte-americano, Barack Obama, também manifestou preocupação pelo “forte debate” entre o governo Kirchner e a imprensa argentina. Ontem, o porta-voz do Departamento de Estado, Mark Toner, afirmou que os EUA acompanham de perto o cenário, já que Washington “leva muito a sério as preocupações sobre liberdade jornalística”.