Milhares de sindicalistas participaram hoje de protestos na região central de Buenos Aires contra a presidente argentina Cristina Fernández de Kirchner. Os atos causaram um caos no trânsito e o fechamento dos acesso à capital.

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A mobilização foi organizada para coincidir com um evento organizado pela mandatária para comemorar os três anos da promulgação de Lei de Meios de Comunicação, que contará com a participação de sindicalistas aliados.

A intenção dos opositores é chegar às proximidades do Obelisco, a quatro quadras da Casa Rosada, para onde programaram os discursos contra o governo. O encontro deverá começar por volta das 17h, uma hora antes do evento da Presidência, e cerca de 100 mil pessoas são esperadas pela organização.

Mesmo faltando horas para o início do ato, a manifestação causou sérios problemas no trânsito. O tráfego de autoestradas como a 9 de Julho e a que liga a capital à La Plata foi cortado, assim como outros acessos da região metropolitana a Buenos Aires.

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Em comunicado, o Ministério de Segurança criticou a marcha por causar transtornos ao trânsito e disse que a Polícia Federal só será acionada para “reorganizar a circulação”.

O ato na praça de Maio foi organizado pelo ramo opositor da Central de Trabalhadores da Argentina, liderados por Pablo Michelli, pedindo o fim da inflação e a retirada da lei de risco de trabalho.

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Michelli é associado ao líder da Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), Hugo Moyano, nome mais forte do sindicalismo argentino. Moyano e seu grupo político se incorporaram à oposição no ano passado, após apoiar o casal Kirchner por oito anos.

Tiroteio

O protesto que afeta Buenos Aires acontece no mesmo dia em que sete pessoas foram baleadas em um confronto entre os sindicalistas da União Operária da Construção da República Argentina (Uocra) em Florencio Varela, na região metropolitana de Buenos Aires.

Segundo testemunhas, os tiros foram trocados após um grupo não vinculado ao sindicato chegar em um caminhão ao prédio, no momento em que acontecia uma assembleia. Os grupos trocaram tiros entre si e queimaram carros estacionados.

Os confrontos armados entre divisões dos sindicatos são comuns na Argentina, devido ao poder que as entidades possuem na política e no controle dos bairros da região metropolitana de Buenos Aires, zona também chamada de Conurbano.

Em 2010, o militante de esquerda Mariano Ferreyra, 22, foi morto em uma manifestação de trabalhadores ferroviários na região metropolitana de Buenos Aires.

O caso foi relembrado nos últimos dias devido ao sequestro de uma testemunha-chave do crime, no qual vários dirigentes sindicais são acusados de homicídio.