O líder da oposição na Venezuela, Juan Guaidó, afirmou nesta quinta-feira, 28, que voltará ao seu país apesar das ameaças de que poderá ser preso no retorno. Ele afirmou que isso deverá ocorrer no fim de semana ou na segunda-feira. Nesta sexta, ele irá ao Paraguai e terá um encontro com o presidente Mario Abdo Benítez.

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Autoproclamado presidente interino, Guaidó deixou a Venezuela pela fronteira com a Colômbia na última semana e ainda não se sabe como ele fará o retorno. Durante uma coletiva de imprensa após ter se reunido com o presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto, Guaidó afirmou que continua recebendo ameaças.

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Questionado sobre se não tem medo de voltar ao seu país e ser preso ou até mesmo sequestrado, como já aconteceu com outros líderes de oposição, Guaidó negou. “Apesar dos presos políticos, das perseguições, fazemos uma resistência pacífica”, disse.

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Guaidó defendeu o endurecimento das sanções econômicas como forma de reduzir a entrada de dinheiro no país que, segundo ele, está tomado pela corrupção. “As sanções não são só uma questão diplomática, são uma necessidade”, disse. De acordo com ele, seu grupo político já está criando um fundo para recuperar ativos que foram alvo de corrupção.

Ele criticou o ditador venezuelano Nicolas Maduro pela perseguição que tem sido feita nos últimos anos a seus opositores e o culpou pela situação de miserabilidade de grande parte da população. Para ele, o país tem capacidade de se recuperar rapidamente após a queda do regime.

“O regime de Maduro diz à imprensa internacional de que a situação é uma questão de guerra ou paz. Não é, é uma questão de democracia ou ditadura”, disse. Ele também afirmou que as últimas eleições realizadas na Venezuela, em que Maduro saiu vencedor, não foram livres e democráticas.

Guaidó chegou a citar uma situação hipotética em caso de Maduro não ter mais as armas de fogo, em uma alusão ao apoio que recebe do alto comando das Forças Armadas. “Imagine o regime de Maduro por um segundo sem armas, teríamos condições de fazer eleições livres. Maduro não tem apoio popular e nem reconhecimento internacional”, disse.

De acordo com Guaidó, a oposição tem buscado formar uma coalizão diplomática mundial para viabilizar a pressão interna a ponto de que eleições que possam ser consideradas livres sejam marcadas. Se isso acontecer, o venezuelano afirmou que não se poderá governar com ressentimentos, em uma alusão aos apoiadores do atual regime. A fala é uma tentativa de mostrar que seu grupo político não irá retaliar quem está hoje no poder, caso haja uma mudança no comando do país.

O líder de oposição lamentou que a situação interna venezuelana tenha chegado ao ponto de levar à miséria grande parte da população. “Somos um país tão rico, como pode ter chegado à miséria”, disse.