Sequestrador é levado a presídio da capital mexicana

O pastor boliviano que sequestrou um avião da Aeromexico com 103 passageiros a bordo foi levado nesta sexta-feira a um presídio da Cidade do México, dois dias depois de prestar declarações na Procuradoria Geral da República.

“Jesus Cristo vive e voltará!”, gritou o boliviano José Mar Flores Pereira no momento que saiu, numa caminhonete, do prédio da procuradoria, para onde foi levado na quarta-feira para prestar depoimento.

Funcionários da procuradoria disseram que o boliviano foi levado para uma prisão no leste da capital. A procuradoria-geral iniciou investigação por privação ilegal de liberdade e terrorismo.

Ameaça – Flores, de 44 anos, sequestrou na quarta-feira o avião que fazia o voo 576 da Aeromexico e ameaçou explodir a aeronave com uma suposta bomba, que mais tarde se descobriu era falsa e havia sido feita com latas de suco.

O homem disse que foi motivado por uma “revelação divina” sobre um terremoto que sacudiria o México como nenhum outro e que deveria comunicar o fato do presidente Felipe Calderón.

O boliviano, radicado no México desde seus 17 anos, é descrito como um pastor que canta e prega o evangelho com o objetivo de ajudar as pessoas a sair das drogas e do alcoolismo, males dos quais ele diz ter padecido e que fizeram com que deixasse seu país natal.

O sequestro de quarta-feira terminou sem vítimas, depois que um piloto do avião o convenceu a permitir que mulheres e crianças deixassem a aeronave.

Carlos Corzo, o piloto que negociou no Flores, disse na quinta-feira que um dos momentos mais tensos foi quando o boliviano ativou a contagem regressiva de um cronômetro. Neste momento estavam no avião 26 passageiros e a tripulação.

Sem arrependimento – Flores afirmou nesta sexta-feira que não está arrependido do que fez, porque seu objetivo era avisar sobre um devastador terremoto que foi comunicado a ele por “Deus”, que já havia antecipado para ele a morte de Michael Jackson e a vitória de Barack Obama. “Jamais vou me arrepender”, disse ele à Milenio Televisión, por telefone, momentos antes de dar entrada num presídio da capital mexicana.

Ele se disse “contente porque sei que isso é de Deus” e que sua intenção não era causar dano a qualquer pessoa. A prova disso é que não agrediu os passageiros do avião. “Minha intenção foi fazer o bem, fazer o anúncio sem poupar minha vida ou minha liberdade, avisar para que nos unamos num pedido para que não ocorra (o terremoto)”.

Ele afirmou que viu o terremoto num sonho, no qual ele tinha 47 anos, três a mais do que sua idade atual. “Em três anos virá um grande terremoto, acreditem ou não”, disse ele.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo