Plebiscito

Separatistas escoceses estimulam independência catalã

Uma semana antes de a Escócia decidir pelo voto se irá se separar do Reino Unido, separatistas da Catalunha, região no nordeste da Espanha, organizaram grandes protestos nesta quinta-feira para reivindicar sua uma votação com o objetivo de separar a região do restante do país, medida que governo espanhol afirma que seria ilegal.

Horas antes dos protestos começarem, o líder regional da Catalunha, Artur Mas, afirmou que seu governo não está vacilante em relação ao projeto da realização de um referendo sobre o assunto em 9 de novembro na região de 7,6 milhões de habitantes, ainda que especialistas digam que é certo que qualquer tentativa de separação será bloqueada pelo Tribunal Constitucional da Espanha. Mas afirmou diversas vezes que não vai levar adiante uma votação considerada ilegal.

Uma pesquisa recente que sugere que os defensores da campanha que defende a criação de uma Escócia independente poderia vencer o referendo em 18 de setembro motivou os separatistas catalães, assim como os bascos pró-independência, no norte da Espanha, e moradores da ilha de Córsega que querem se separar da França. Já os belgas que falam flamengo, no norte do país, exigem mais autonomia, independência ou a união com a Holanda*.

“A dinâmica neste momento está ao lado do ‘sim’ e se o lado do ‘sim’ de fato vencer, isso criaria um forte precedente”, afirmou Hugh O’Donnell, professor de política cultural da Universidade Caledônia de Glasgow. “Acredito que as ramificações políticas vão enviar um sinal para outros separatistas de que a mudança é possível.”

Diferentemente da votação escocesa, um pleito na Catalunha poderia não resultar em separação. O referendo proposto por Mas perguntaria aos catalães se eles preferem se separar e se a resposta fosse sim, isso daria a ele a demanda política de tentar negociar um caminho que leve à independência.

O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, votou para bloquear a votação separatista porque a Constituição do país não permite referendos que não incluam todos os espanhóis. Para Mas, seria um erro evitar esse ato. “É surpreendente porque a questão da Catalunha é uma das principais que o governo espanhol está enfrentando”, disse. “É um erro tentar resolver isso por meios legais. Problemas políticos são resolvidos com política, não com ameaças legais.”

Se Madri se recusar a permitir a votação de independência, uma aprovação de Mas para a realização do pleito colocar o líder catalão em um terreno legalmente arriscado.

O próximo passo para Mas será no dia seguinte à votação escocesa, quando espera-se que o Parlamento catalão aprove uma medida dando ao órgão poder para realizar um referendo. Em resposta, o governo de Rajoy deve pedir ao Tribunal Constitucional da Espanha que torne o pleito ilegal. Especialistas acreditam que a corte acatará ao pedido.

Se Mas insistir em sua promessa anterior de não realizar uma votação ilegal, ele poderia anunciar eleições regionais na Catalunha como uma forma de referendo não oficial, em que os partidos seriam obrigados a declarar se apoiam ou não a independência. Nessa situação, qualquer posicionamento partidário pró-independência poderia ser tomado como um voto pela separação. Fonte: Associated Press.

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