O senador dos EUA Jim Webb visitou neste sábado a líder democrata de Mianmar Aung San Suu Kyi, em um raro encontro entre uma autoridade estrangeira e a Prêmio Nobel da Paz condenada esta semana a passar mais 18 meses em prisão domiciliar por violação da pena, ao permitir que um americano permanecesse em sua casa sem que tivesse autorização para tal.
O gabinete do senador informou ainda que ele conseguiu a libertação do americano John Yettaw, detido na terça-feira e sentenciado a sete anos de prisão por ter ajudado a líder democrata a violar os termos da prisão domiciliar. Um comunicado neste sábado informou que Yettaw será oficialmente deportado no domingo à tarde, quando viajará com Webb a Bangcoc.
Neste sábado, a líder democrata de 64 anos foi levada de carro de sua residência até uma casa de hóspedes do governo próxima, para um encontro de 40 minutos com Webb. Repórteres a viram ser levada de volta para a casa dela, de carro.
Webb também se reuniu com o chefe da junta militar, Than Shwe, no primeiro encontro do líder com uma autoridade sênior dos EUA. O encontro foi confirmado por fontes oficiais de Mianmar, que pediram para não ser identificadas por não serem autorizadas a falar com a imprensa.
A visita de Webb a Mianmar, a primeira de um membro do Congresso dos EUA em mais de uma década, gerou críticas de ativistas, que disseram que ela confere legitimidade a um regime brutal. Mas o governo Obama deu o seu consentimento ao democrata da Virginia. Webb é presidente do subcomitê de relações do Leste da Ásia e Pacífico, do Comitê de Relações Externas do Senado.
A aprovação da junta militar que governa Mianmar para o encontro com Suu Kyi pode ter sido dada para mitigar a onda de críticas internacionais contra Mianmar que se seguiram ao julgamento e ao veredicto, na terça-feira. Em julho, autoridades barraram o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, de se reunir com Suu Kyi durante uma visita de dois dias.
A líder oposicionista passou 14 dos últimos 20 anos detida, sendo a maior parte do tempo em regime domiciliar. Aung San Suu Kyi é filha do general Aung San, líder da independência da antiga Birmânia, assassinado em 1947 em Rangum. As informações são da Associated Press.