O Senado dos EUA rejeitou hoje uma tentativa dos parlamentares republicanos de impedir o país de comprar água pesada (ou água deuterada, uma composição no estado líquido que contém uma alta quantidade de hidrogênio) do Irã. A medida alterava parte do acordo econômico que derrubou o embargo do país do Oriente Médio. A proposta do senador Tom Cottom, um ferrenho opositor do acordo nuclear, foi derrubada por 57 a 42. Mesmo rejeitado, o projeto que barraria o uso de dinheiro do contribuinte para a compra do produto químico gerou muita polêmica com a Casa Branca.

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A chamada água pesada não é radioativa, mas há pesquisas que indicam o uso do material na produção de armas químicas de plutônio. Conforme o acordo nuclear, selado em julho do ano passado, o Irã está livre para usar água pesada em seus reatores nucleares para fornecimento de energia, mas deve vender todo o excesso do material – além do urânio enriquecido – para o mercado internacional.

No mês passado, o governo norte-americano comprou 32 toneladas de água pesada do Irã, um negócio que movimentou US$ 8,6 bilhões e contribui para que o país asiático cumprisse sua meta expressa no acordo nuclear. Segundo o governo dos EUA, não há mais planos de compra do produto por parte dos EUA.

A polêmica é antiga. No ano passado, Cottom, que serviu ao Exército no Afeganistão e no Iraque antes de ser eleito senador, já havia liderado a assinatura de uma carta, em conjunto com outros parlamentares republicanos, em que dizia que o acordo nuclear celebrado poderia ser vetado pelo sucessor de Barack Obama. Josh Earnest, porta-voz da Casa Branca, criticou a atitude de Cottom e disse que o senador “não sabe diferenciar água pesada de água com gás”.

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O senador Lamar Alexander, presidente do subcomitê que trata de assuntos relacionados à água e à energia, defendeu que a proposta de Cottom oferece um aperfeiçoamento na lei, mas expressou preocupação com a possibilidade de o Irã, ao invés de vender água pesada para os EUA, repasse o produto para países com intenções de desenvolver armas nucleares, como a Coreia do Norte. Fonte: Associated Press.