O Senado dos EUA bloqueou a escolha de Debo Adegbile, feita por Barack Obama, para comandar a divisão de Direitos Civis do Departamento de Justiça. A confirmação foi bloqueada com 52 votos contra, ante 47 a favor. Além dos 44 republicanos, oito democratas também foram contrários à confirmação. Em comunicado, Obama condenou a decisão.
Republicanos e a Ordem Fraternal da Polícia dos EUA alegaram que a conduta de Adegbile durante o caso de Mumia Abu-Jamal, há três décadas, o desqualifica a assumir o cargo.
Em 1981, Abu-Jamal, jornalista e integrante do grupo Panteras Negras, foi condenado à morte sob a acusação de assassinar o policial Daniel Faulkner, da Filadélfia. Abu-Jamal alega ter sido vítima de um sistema judiciário racista, sendo que o processo continuou em uma batalha judicial e política. Em 2011, um tribunal de apelação federal reduziu a pena para prisão perpétua.
Adegbile foi consultor legal do Fundo de Defesa Legal da Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor(NAACP, na sigla em inglês) e, em 2009, entrou com uma argumentação no tribunal defendendo que Abu-Jamal foi sentenciado por um júri discriminatório. Adegbile também fez parte da equipe que representou o acusado quando procuradores tentaram novamente estabelecer a pena de morte.
Antes da votação, o senador republicano Pat Toomey leu uma carta escrita por Maureen Faulkner, viúva do policial. “Hoje, enquanto meu marido está há 33 anos no túmulo, seu assassino se tornou uma celebridade rica”, disse. Fonte: Associated Press.