O Senado dos Estados Unidos aprovou, na noite de ontem, um projeto de lei com novas sanções ao Irã e a empresas que fazem negócios com o país. Washington busca aumentar a pressão sobre Teerã, para que o regime iraniano desista de seu programa de enriquecimento de urânio.
A lei cobre uma parcela da economia maior que o setor energético. Em um de seus itens, busca reduzir as importações de gasolina do Irã, ao penalizar firmas que suprem o país com até 40% de suas necessidades de petróleo.
A lei passou pelo Legislativo com um apoio bipartidário. A Câmara dos Representantes já havia aprovado restrição similar, no fim do ano passado. As duas leis agora serão reunidas e enviadas de volta para as duas Casas, para uma votação final, antes de seguir para sanção do presidente Barack Obama.
A ação do Congresso foi tomada pela recusa iraniana em suspender seu programa nuclear e pelas ameaças da nação persa de expandi-lo. A medida é aprovada após a administração Obama demonstrar seu descontentamento com o fracasso nas tentativas de avançar na questão.
Para vários países, entre eles EUA e Israel, o Irã possui um programa secreto de produção de armas nucleares. O governo iraniano, porém, afirma ter apenas fins pacíficos, como a produção de energia.
O senador democrata Chris Dodd afirmou, em comunicado, que o regime iraniano cometeu “sérios abusos de direitos humanos contra seus próprios cidadãos, financiou atividade terrorista através do Oriente Médio e conduziu atividades nucleares ilícitas, representando uma séria ameaça à segurança dos Estados Unidos e dos nossos aliados”.
Empresas e sanções
Com a nova lei, o governo Obama ganhará mais poderes para sancionar companhias, e suas subsidiárias, que forneçam gasolina, diesel e outros combustíveis derivados de petróleo ao Irã. Essas empresas investem mais de US$ 20 milhões anualmente no país.
Analistas afirmaram que a lei não deve por si só forçar o Irã a interromper todas suas importações de gasolina, mas aumenta a pressão sobre o regime. Também representa um risco para companhias que fazem negócios com Teerã.
Entre os principais fornecedores de petróleo para o Irã no ano passado estão Vitol Holding, Trafigura, Royal Dutch Shell, Total e Reliance Industries. Seguradoras e resseguradoras britânicas, alemãs, japonesas e norueguesas que trabalham com os carregamentos de combustível para o Irã também estão ameaçadas.
Em um sinal de que as ameaças podem estar surtindo efeito, a Glencore International, historicamente uma das principais fornecedoras de petróleo para o Irã, interrompeu recentemente seus suprimentos de gasolina para esse país.
A lei requer especificamente que o presidente imponha sanções a companhias exportando produtos derivados de petróleo ao Irã, restringindo suas transações com o exterior, o acesso aos bancos dos EUA e a capacidade de negociação de propriedades norte-americanas. Também prevê que o Departamento de Tesouro tenha mais força para congelar ativos de funcionários iranianos, por exemplo.
As informações são da Dow Jones.