Semeador da Cultura – ?Um semeador saiu a semear…?

Invocando texto bíblico do Evangelho de São Lucas, inicio este modesto escrito sobre Túlio Vargas, de cuja amizade privo desde o final da década de quarenta, quando participávamos das lides políticas, em plena União Democrática Nacional, ele já iniciante no jornalismo, ingressando na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná em 1951.

Filho de Rivadávia Vargas, ?O bom? , como o cognominei em antiga crônica, neste mesmo espaço, seguiu as pegadas do pai, passando a fazer política, quando advogava em Maringá, elegendo-se e reelegendo-se, tanto deputado estadual quanto federal, ocupando, depois, relevantes cargos como secretário da Justiça, mais de uma vez, presidente do Banco Regional de Desenvolvimento Econômico e, por fim, procurador-geral junto ao colendo Tribunal de Contas.

Não busco realçar, porque desnecessário, as suas virtudes de homem público, nem enaltecer as qualificações de homem da cultura, escritor, sobretudo historiador-biógrafo de eméritos vultos, a exemplo das obras O indomável republicano, A última viagem do barão do Serro Azul, Senhor senador, senhor ministro, O conselheiro Zacarias, O maragato, O promotor de obras, O tribuno da liberdade e Laertes Munhoz, o mestre sublime.

Quero, sim, em sua homenagem, louvar seu compromisso com a cultura, como presidente da distinguida Academia Paranaense de Letras, desde 29 de novembro de 1994, sempre reconduzido à unanimidade, bem como, a efetiva colaboração com o Centro de Letras do Paraná.

Aliás, as duas entidades vinculam-se fraternalmente, certo que a primeira, fundada em 26 de setembro de 1936, teve como presidente provisório o saudoso Ulisses Vieira, então dirigente maior do Centro de Letras, enquanto a sede deste também é daquela.

E, no exercício da presidência do Cenáculo Maior, Túlio Vargas tem se revelado verdadeiro ?semeador da cultura?, haja vista, como disse, certa feita, o inesquecível Wilson Bóia, procedeu ?a multiplicação de novos centros literários e academias por diversos municípios paranaenses, em Ponta Grossa, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão, Londrina, Maringá, Cascavel, Guarapuava, Pato Branco, Palmas, Toledo, Araucária, Santo Antônio da Platina?.

Seu acendrado amor à cultura, especialmente a arte literária, orador primoroso que é, recorda-nos, tal como no intróito assinalado, a ?Parábola do semeador?, com uma circunstância especial, a semente que lançou, ?caiu em terra boa; tendo crescido, produziu fruto cem por um?.

Os núcleos culturais aí estão, fazendo e divulgando cultura.

Esta a homenagem que este escriba, que muito o considera, admira e respeita, estava devendo ao imortal Túlio Vargas:

Que o ?Menino-Deus? o prodigalize de bênçãos e graças, desfrutando de merecida felicidade ao lado de sua queridíssima esposa, musa inspiradora, e de todos os seus familiares!

Curitiba, em dezembro de 2006.

Luís Renato Pedroso é desembargador jubilado, presidente do Centro de Letras do Paraná e vice-presidente do Movimento Pró-Paraná.

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