O presidente do Egito, Hosni Mubarak, reforçou em discurso na televisão estatal, na noite de hoje, que não renunciará ao cargo e ficará na presidência até que outro líder eleito esteja apto a assumir. Mubarak, contudo, delegou alguns poderes ao vice-presidente, Omar Suleiman. O discurso de Mubarak enfureceu os milhares de egípcios que assistiam ao pronunciamento em um telão na praça Tahrir, no centro do Cairo.
Mubarak repetiu outras promessas que já havia feito nos últimos dias: não nomeará seu filho Gamal para concorrer nas eleições de setembro e punirá funcionários corruptos ou que se excederam na violência contra o povo. Segundo a Human Rights Watch (HRW), organização de defesa dos direitos humanos com sede nos Estados Unidos, pelo menos 297 pessoas foram mortas no Egito desde 25 de janeiro, quando começaram os protestos populares exigindo a renúncia de Mubarak.
Mubarak também afirmou que não aceitará interferência estrangeira. “Não posso aceitar ordens ditadas de fora”. Ele prometeu suspender o estado de emergência “assim que a situação retornar à normalidade” no país. Antes de ser nomeado vice-presidente por Mubarak no final de janeiro, Suleiman chefiou os serviços secretos do Egito durante anos.
Mubarak disse que não deixará o Egito. Segundo ele, os poderes serão delegados a Suleiman para que as exigências dos manifestantes sejam atendidas através do diálogo.