Representantes dos estudantes chilenos romperam com o governo do país nesta quarta-feira e prometeram uma nova marcha pelas ruas da capital, Santiago, em questão de horas. Após cinco meses de protestos e duas recentes sessões de negociação, os estudantes decidiram abandonar a discussão no âmbito do governo, em um esforço tenso para negociar reformas na educação, alegando que até agora o Executivo não mudou sua posição quanto à educação pública.
“Acreditamos que sob essas condições é impossível continuar negociando. Hoje quebramos a mesa”, disse Camila Vallejo, a líder estudantil, depois de uma reunião com o ministro da Educação Felipe Bulnes, que durou quatro horas.
O encontro tinha como tema central a gratuidade do ensino chileno, inexistente hoje no nível universitário, ao qual apenas 40% dos estudantes têm acesso, tendo como base a baixa renda dos pais. A questão é uma das principais bandeiras do movimento estudantil.
Bulnes sugeriu que o governo amplie o porcentual de estudantes que se qualificam para a educação gratuita, mas o governo chileno não cogita educação superior universal e gratuita. “O governo deveria garantir a educação gratuita, mas isso não integra sua proposta”, frisou Camila. Ela disse que os alunos estarão de volta às ruas hoje para executar a 37ª marcha de protestos em cinco meses. As informações são da Dow Jones.