Um quarto dos carros no mundo serão movidos a etanol (álcool combustível) até 2050. A estimativa é da Agência Internacional de Energia, com sede em Paris. Segundo a entidade, 700 milhões de toneladas de biocombustíveis vão ser vendidos em meados do século. Nesta terça-feira (13), em seu relatório mensal, a AIE apontou para uma "explosão" no uso do etanol. A agência calcula que sem o etanol, o mundo teria de produzir 1 milhão de barris a mais de petróleo para suprir o espaço que o etanol deixaria apenas nos Estados Unidos e Europa.
"O volume de petróleo que seria necessário para cobrir o déficit causado por uma eliminação do etanol seria enorme", afirmou a AIE. Governos em todo o mundo estão sendo atacado por suas políticas de expansão do uso do etanol, acusado de estar gerando a alta nos preços dos alimentos. Alguns, como o ex-relator da ONU para o Direito á Alimentação, Jean Ziegler, chegaram a pedir uma moratória na produção do etanol.
O ano deve terminar com o fornecimento de 1,5 milhão de barris de etanol por dia. Em 2007, 49% do crescimento do abastecimento de combustível nos países fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) já ocorreu graças ao etanol. Em 2008, a taxa deve ser de 55%.
A entidade insiste que uma diferenciação entre o etanol de cana-de-açúcar e o etanol de milho deve ser feita. "O etanol de cana produzido nas regiões tropicais e sub-tropicais como Brasil África e Índia tem excelente características em termos econômicos, de redução de CO2 e baixa exigência de terras", afirmou a AIE, que garante que o etanol tem um papel importante no combate às mudanças climáticas.
Para garantir que efeitos negativos não se proliferem, a AIE pede que os governos incentivem as pesquisas sobre a segunda geração do etanol, feito a partir de produtos que não teria um impacto sobre a disponibilidade de alimentos.