O fim da guerra no Afeganistão incluirá a presença de comandantes do Taleban no governo de Cabul, afirmou hoje o secretário das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, David Miliband. Segundo ele, a ação militar no país deve ser acompanhada por um reforço na política, para se restaurar a confiança dos afegãos em seu governo, com várias suspeitas de corrupção.

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Miliband disse que a grande maioria dos combatentes do Taleban não estão comprometidos com a guerra santa global e podem ser convencidos a desistir de lutar. Para ele, isso deve incluir altos comandantes preparados para renunciar à violência.

“É essencial que, quando chegar a hora certa, membros da atual insurgência sejam encorajados a se ajustar” no cenário político, defendeu Miliband, citando exemplos históricos de inimigos que, posteriormente, recuaram e passaram para a política.

Na semana passada, o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, disse que falar com o Taleban “não é nossa estratégia”. Mas notou que os membros do Taleban preparados para renunciar à violência devem ser parte do processo de reconciliação nacional.

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Hoje também, um general afegão, Paikan Zamaray, disse que as mortes de 14 civis em um ataque com foguetes disparados por rebeldes, ontem, mostram a incapacidade de as forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) derrotarem o Taleban no leste afegão. O ataque feriu outras dezenas de pessoas, 15 delas com gravidade. Outras autoridades afegãs criticaram a falta de segurança na região, apesar das incursões das forças estrangeiras.

Um porta-voz do Taleban, Zabiullah Mujahid, disse que o grupo não tinha qualquer vínculo com os ataques e condenou as mortes de civis. É comum o Taleban não admitir ataques em que há vítimas civis.

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