A decisão dos suíços de proibir a construção de minaretes em mesquitas no país ameaça se proliferar na Europa. Ontem o presidente francês, Nicolas Sarkozy, indicou sua simpatia ao veto e disse que o “Islã moderado” fracassaria se tentasse desafiar os valores republicanos e cristãos. Suas declarações foram interpretadas por opositores de seu governo como uma estratégia para reverter seu índice de popularidade, que atingiu ontem seu ponto mais baixo – 39%.
Pesquisas de opinião entre a população da Espanha, Grã-Bretanha, Bélgica, Alemanha e França indicaram que um referendo sobre a proibição de minaretes seria aprovado, assim como ocorreu na Suíça. Minarete é uma pequena torre de mesquita, de três ou quatro andares e balcões salientes, de onde se anuncia aos muçulmanos a hora das orações.
Um referendo na Suíça, no dia 29, aprovou por quase 60% dos votos o veto aos minaretes, provocando duros ataques de países muçulmanos. A Turquia ameaçou retirar o dinheiro dos bancos suíços, enquanto o líder líbio, Muamar Kadafi, advertiu que os suíços tinham dado “um grande presente” para Al-Qaeda, insinuando a possibilidade de um atentado do grupo terrorista como retaliação.
Na Europa, alguns líderes condenaram a decisão dos suíços e o chanceler francês, Bernard Kouchner, chegou a dizer que estava “chocado e escandalizado”. Sarkozy desautorizou ontem seu chanceler e apelou a líderes religiosos e fiéis muçulmanos que evitem os sinais de “ostentação e de provocação”. O líder francês ainda se disse surpreso com o repúdio dos líderes europeus à decisão.