Duas pessoas morreram e pelo menos 240 foram detidas nas últimas 24 horas em saques em todo o território argentino. O assalto aos estabelecimentos comerciais começou pela cidade turística de Bariloche e atingiu outras províncias e cidades como Rosario, a segunda maior do país.
As vítimas, um homem e uma mulher, foram baleadas e mortas na tarde de ontem em tiroteios na entrada de supermercados nas zonas sul e oeste da cidade. Outra mulher está internada em estado grave em um hospital da cidade após os disparos.
Segundo o governo da Província de Santa Fé, 25 saques foram registrados em Rosario e em Villa Gobernador Galvez, na região metropolitana da cidade. Pelo menos 135 pessoas foram presas em todo o Estado, sendo 90 apenas na Grande Rosario.
As autoridades provinciais dizem que a situação é de tranquilidade, mas o jornal “La Nación” informa que o comércio está fechado em diversos bairros, especialmente supermercados e lojas de eletrodomésticos.
A publicação também informa que a situação é tensa em frente ao prédio da chefia de polícia, onde os familiares dos presos fecharam a rua em frente em protesto pela liberação. Eles acusam os agentes de agressão aos presos e de fazer disparos de balas de borracha.
Confusão
Os saques em Rosario se somam ao feitos em Bariloche, na Província de Río Negro, no sudoeste argentino, na quinta (20), em que 20 pessoas ficaram feridas após centenas de pessoas saquearem cinco supermercados da cidade.
Em resposta, o Ministério de Segurança enviou 400 guardas nacionais à região, que também recebeu a visita do vice-ministro Sergio Berni. A presença dos agentes também foi pedida pelo governo de Santa Fé, que acusou grupos organizados pelos saques.
“Notamos a presença de grupos de pessoas muito jovens que iam de um lado para outro, que iam mudando de lugar. Apesar de terem roubado alimentos, a maioria da mercadoria saqueada foi de bebidas alcoólicas. Houve alguma organização por trás disso”, disse o ministro de Segurança da Província, Raúl Lamberto.
Além de Río Negro e Santa Fé, saques também foram registrados nas províncias do Chaco e de Buenos Aires, incluindo cidades próximas à capital argentina. Em Campana e Zárate, a 80 km da cidade de Buenos Aires, mais de 100 pessoas foram presas desde quinta por envolvimento nos saques de quatro supermercados.
Na cidade de Resistencia, no norte do país, mais sete integrantes de agremiações políticas foram presos após invadir uma casa noturna, onde roubaram bebidas e quebraram aparelhos.
Os saques acontecem na mesma data em que se completam 11 anos da queda do ex-presidente Fernando de la Rúa, em meio à crise financeira e política de 2001.