Santos tenta atrair rivais para 2º turno na Colômbia

A campanha pelo segundo turno das eleições colombianas prometia ser uma das mais disputadas desde que o país instituiu a possibilidade da votação em duas etapas, em 1991. Mas, com a ampla vitória do governista Juan Manuel Santos no domingo, essa expectativa foi por terra. Ontem, o governista abriu a campanha pelo segundo turno fazendo a oferta de um governo de “unidade nacional” para atrair os outros sete candidatos derrotados.

“Faço um chamado à unidade nacional, sem distinção de partidos ou personalismos”, disse. “Os governos de unidade nacional podem chegar a objetivos muito ambiciosos.” Contrariando todas as pesquisas, que previam um empate técnico, Santos conseguiu 46,5% dos votos no domingo e o opositor Antanas Mockus, 21,5%.

Segundo analistas, é muito difícil que Mockus, do Partido Verde, consiga os 3,6 milhões de votos que o separam do favorito. Até porque Santos tem grandes possibilidades de conquistar os votos do terceiro colocado, Germán Vargas Lleras, e da conservadora Noemí Sanín. Juntos, ambos tiveram 15,3% dos votos – e só seriam necessários mais 3,5% para vitória do candidato governista.

Até domingo, uma aliança formal com Noemí e Lleras era vista como difícil por causa de disputas recentes. Agora o poder de atração dos mais de 6 milhões de votos que Santos obteve podem fazer a diferença. “A situação mudou completamente com essa ampla vitória”, diz o cientista político Felipe Botero, da Universidade dos Andes.