Saleh quer garantias dos EUA e da UE para deixar poder

O presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, disse nesta quarta-feira que está pronto para assinar o acordo para deixar o poder, mas exigiu garantias dos Estados Unidos e da União Europeia.

“Eu vou assinar. Mas forneçam garantias para a implementação da iniciativa do Golfo”, disse Saleh, reiterando sua disposição em deixar o poder após 33 anos, durante uma reunião de seu partido, segundo a agência estatal de notícias Saba.

“Primeiro, queremos garantias do Golfo, em segundo lugar da Europa e depois dos Estados Unidos. Essas garantias devem ser acompanhadas da iniciativa do Golfo”, disse ele, desafiador, após nove meses de sangrentos protestos que exigem sua queda.

“Parte da pressão exercida agora decorre das demandas de que o acordo seja assinado sem condições e que o período (para implementação) seja discutido num estágio posterior”, disse ele.

Pelos termos da iniciativa do Golfo, apresentados no início deste ano pelo Conselho de Cooperação do Golfo, Saleh entregaria o poder a seu vice 30 dias após a assinatura do documento e ele e seus auxiliares receberiam imunidade contra processos movidos pelo Parlamento.

Um governo de unidade nacional, liderado por um primeiro-ministro da oposição, seria formado e eleições presidenciais seriam marcada para 60 dias após a saída de Saleh.

Na Organização das Nações Unidas (ONU), partidários de uma resolução do organismo para encerrar a violência e transferir o poder no Iêmen estão circulando um esboço do documento que todos os 15 membros do Conselho de Segurança esperam votar na próxima semana.

Diplomatas disseram nesta quarta-feira que os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Rússia e China) chegaram a um acordo sobre os principais elementos do esboço feito pela Grã-Bretanha e circularam o texto pelos demais integrantes do conselho na noite de terça-feira.

O esboço de resolução expressa “graves preocupações” sobre a situação no país do Oriente Médio e reafirma seu apoio à iniciativa do Golfo.

Saleh endossou o documento várias vezes, mas desistiu de assiná-lo no último minuto. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.

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