Sacerdote acusado de abusos nos EUA atua na Índia

Um sacerdote acusado de abusar sexualmente de uma jovem de 14 anos em Minnesota continua trabalhando em sua diocese na Índia, sem planos de retornar aos Estados Unidos a fim de responder aos processos que enfrenta, afirmaram hoje o próprio padre e o bispo que o supervisiona. Documentos eclesiásticos mostram que o Vaticano foi alertado sobre as acusações contra o padre Joseph Palanivel Jeyapaul há mais de três anos, mas não se pronunciou.

O sacerdote recebeu um castigo menor e atualmente trabalha no escritório do bispo, onde se encarrega de agendar reuniões de professores de uma dezena de escolas católicas na diocese de Ootacamund, no sul da Índia. “Não podemos simplesmente dispensar um sacerdote, então ele está ficando na casa do bispo e ajuda com as reuniões”, afirmou o bispo A. Almaraj. “Ele diz que é inocente e isso só são alegações. Não sei mais o que fazer.”

Jeyapaul somente está envolvido com “o trâmite de papéis, não tem nada a ver com as crianças”, insistiu Almaraj. “São acusações falsas contra mim”, afirmou Jeyapaul. “Nem sequer conheço essa menina.”

A Rede de Sobreviventes de Abusos de Sacerdotes, principal grupo de apoio às vítimas nos Estados Unidos, tinha planejado uma entrevista coletiva hoje sobre o caso de Jeyapaul. A rede faz uma campanha para destacar o que considera ser a cumplicidade do Vaticano na hora de lidar com os casos de abusos, ao trocar os sacerdotes suspeitos de uma diocese para outra, aparentemente para que eles fujam de uma perseguição judicial.

O Vaticano rechaça as críticas e culpou os meios de comunicação pelo que considera ser uma campanha de difamação contra o papa Bento XVI e seus assessores. A Santa Sé insiste que o pontífice levou as acusações a sério e tomou medidas a respeito.

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