O candidato governista Dmitry Medvedev venceu a eleição presidencial russa, com 70% dos votos, segundo indica uma pesquisa de boca de urna do instituto Vtsiom. Dos outros três concorrentes, o que chegou mais perto de Medvedev foi Gennady Zyuganov, do Partido Comunista, com 16,8%.
"Nosso candidato, Dmitry Anatolyevich Medvedev, assumiu uma liderança firme", disse o presidente Vladimir Putin, ao lado de seu protegido durante um show de comemoração da vitória na Praça Vermelha, no centro de Moscou. "Cumprimento Dmitry Anatolyevich e lhe desejo sucesso. Essa vitória traz muitas obrigações. Ela vai servir como garantia de que o curso que escolhemos, o curso bem sucedido que vimos seguindo pelos últimos anos, será mantido", afirmou Putin, que responsável pela escolha de Medvedev para ser seu sucessor.
Dois dos três candidatos oposicionistas, o comunista Zyuganov e o ultranacionalista Vladimir Zhirinovsky, disseram que vão contestar o resultado da eleição nos tribunais russos. A maneira como o Kremlin vai reagir a essas contestações poderá dar pistas sobre se o governo Medvedev terá uma atitude mais liberal do que Putin.
"Nós vamos aumentar a estabilidade, melhorar a qualidade de vida e avançar na via que escolhemos. Seremos capazes de preservar a via do presidente Putin", disse Medvedev durante o comício na Praça Vermelha. Ele já havia declarado que vai propor ao Parlamento russo que eleja Putin como o novo primeiro-ministro (e o atual presidente já disse que vai aceitar).
Analistas disseram que o primeiro teste sobre o relacionamento entre mestre e pupilo na nova configuração poderá acontecer em julho, na reunião de cúpula do G-8, o grupo dos oito países mais industrializados: se Medvedev for acompanhado por Putin, ou se o ex-presidente comparecer sozinho, isso será um sinal claro da relutância de Putin em abrir mão do poder.