A Rússia retirará suas tropas da “zona tampão” na Geórgia quando elas forem substituídas por forças internacionais de paz e quando o governo da Geórgia assinar um pacto de não-agressão com as regiões separatistas da Ossétia do Sul e da Abkházia, disse o embaixador russo na Grã-Bretanha, Yuri Fedotov, ao jornal “The Guardian” do Reino Unido. O jornal publicou a informação em seu website. Fedotov disse deplorar as críticas à Rússia proferidas pelo primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Gordon Brown, e pelo ministro britânico do Exterior, David Miliband.
Ele disse que alertou o Escritório do Exterior da Grã-Bretanha sobre a crise na Geórgia antes que o conflito estourasse em 7 de agosto. Segundo ele, os britânicos garantiram que o presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, não iniciaria um conflito. O Escritório do Exterior negou ter garantido a Fedotov que Saakashvili não atacaria a Ossétia do Sul. Fedotov disse ao jornal britânico que atualmente existem 500 soldados russos nas “zonas tampão” e no porto de Poti, na Geórgia. Ele chamou os militares de “observadores”.
A Geórgia iniciou o conflito em 7 de agosto, ao atacar sua província separatista da Ossétia do Sul. No dia seguinte, o exército russo contra-atacou os georgianos, que foram expulsos da Ossétia do Sul. As tropas russas avançaram dentro da Geórgia e só foram detidas por um cessar-fogo acertado às pressas pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy.
O cônsul russo na Geórgia anunciou nesta quarta-feira (3) que a Rússia fechou sua embaixada em Tbilisi e suspendeu as operações consulares com o país vizinho, após a Geórgia ter rompido relações diplomáticas com a Rússia na semana passada. A suspensão significa que os russos não expedirão mais vistos de entrada para os georgianos, um medida de impacto para os cidadãos da Geórgia que têm parentes vivendo na Rússia ou que precisam trabalhar no país vizinho. Centenas de milhares de georgianos étnicos vivem na Rússia, vários com dupla cidadania.