Um general russo disse neste sábado que suas tropas na Geórgia irão continuar a patrulhar um porto estratégico no Mar Negro, ainda que a cidade esteja fora das “zonas de segurança” onde os russos alegam ter direito de manter seus soldados. O comunicado feito pelo general Anatoly Nogovitsyn, divulgado por agências de notícias russas, veio um dia depois de a Rússia anunciar a retirada das tropas da Geórgia, após um acordo de cessar-fogo fechado com a União Européia.
A Rússia interpreta que o acordo permite que eles mantenham uma substancial presença militar na Geórgia, um ponto fortemente disputado pelos Estados Unidos, França e Grã Bretanha. As retirada das tropas russas permitiu que os residentes da cidade central e estratégica de Gori começassem a retornar a suas casas duas semanas depois de terem fugido por causa dos ataques aéreos russos e avanço das tropas
Uma multidão de pessoas e muitos carros congestionaram os acessos à cidade neste sábado e a polícia georgiana tentava controlar o retorno em massa estabelecendo pontos de fiscalização – um eco irônico do controle russo que cercava a cidade um dia antes.
Aqueles que conseguiram retornar encontraram uma cidade destruída por bombas, sofrendo com a falta de alimentos e dominada pela dor. A guerra começou quando a Geórgia atacou sua província separatista da Ossétia do Sul, em 7 de agosto. A Rússia lançou um contra-ataque feroz no dia seguinte, que primeiro desalojou os soldados georgianos da província. Em seguida, o exército russo invadiu o centro e o oeste da Geórgia. A guerra durou cinco dias, ao fim dos quais o presidente da França, Nicolas Sarkozy, conseguiu convencer os presidentes da Rússia e da Geórgia a assinarem um cessar-fogo.
A guerra afetou de maneira forte as relações entre o ocidente e a Rússia. Moscou congelou sua cooperação militar com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), tornando aparente uma crescente divisão na Europa. A Geórgia queria ingressar na Otan, atitude que enfureceu a Rússia. O parlamento russo deverá discutir na segunda-feira o apoio à independência das províncias da Ossétia do Sul e da Abkházia. As informações são da Associated Press.