Europa

Rússia permite que Ucrânia inspecione comboio

Os russos permitiram na manhã desta sexta-feira que autoridades ucranianas inspecionem o comboio de ajuda humanitária enviado aos separatistas na fronteira entre os dois países e concordaram que a Cruz Vermelha fique responsável pela distribuição dos suprimentos entre os moradores de Luhansk. Os caminhões permanecem em território da Rússia, enquanto o governo do país tenta convencer os ucranianos de que a operação não é uma tentativa de enviar apoio militar aos insurgentes.

Apesar da desconfiança mútua, os dois lados chegaram a um acordo nesta manhã e 41 guardas da fronteira ucraniana, além de 18 agentes de imigração, começaram a inspecionar os suprimentos enviados pela Rússia, disseram autoridades da Defesa de Kiev. “Se tornou possível evitarmos a escalada da situação com a carga humanitária russa, graças ao apoio da comunidade internacional”, disse o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, de acordo com seu gabinete.

O diretor para operações na Europa do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Laurent Corbaz, descreveu um plano de distribuição no qual os caminhões entrariam na Ucrânia com um único motorista russo cada, acompanhado por um funcionário da organização. Em linha com a política da instituição internacional, não haveria escolta militar.

Corbaz informou que o plano prevê a entrega dos suprimentos no ponto central de um território controlado por rebeldes, e então distribuído pela região. Não ficou claro quanto a operação deve durar, mas “não será resolvida em uma semana”, ele afirmou, acrescentado que a Cruz Vermelha ainda não recebeu as garantias de segurança das quais precisa para entrar na região dos insurgentes.

Segundo a porta-voz do da Cruz Vermelha, Ewan Watson, a organização está monitorando os relatos sobre a situação dos comboios, mas ainda não recebeu a confirmação de que precisa para participar do esforço de inspeção. A instituição necessita de confirmação escrita das autoridades ucranianas de que o carregamento do comboio foi liberado para o processo. Uma equipe de cinco funcionários da Cruz Vermelha já está na área onde estacionaram os caminhões, e mais 15 estão a caminho.

A presença de pontos de distribuição de ajuda humanitária no município de Luhansk e em outras áreas controladas por rebeldes pode prejudicar a operação militar da Ucrânia, que tenta recupera todas as regiões do leste ucraniano dos insurgentes. Os moradores de Luhansk têm sofrido com uma barragem militar intensa nas últimas semanas. A cidade continua sem energia elétrica e água e os sistemas de telefone mal funcionam, informaram autoridades municipais. Os civis têm pouca comida disponível, mas o pão continua sendo produzido devido a geradores portáteis.

No que parece uma nova tentativa de resolução diplomática, o presidente finlandês, Sauli Niinisto, se encontrou com o líder russo, Vladimir Putin, em Sochi e deve viajar para a Ucrânia no sábado. Putin adotou um tom conciliatório, dizendo após a conversa que os russos vão fazer tudo o que puderem para dar fim ao conflito militar o mais rápido possível. “Vamos estabilizar o diálogo entre as partes interessadas e fornecer ajuda humanitária.” Fontes: Associated Press e Dow Jones Newswires.

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