Rússia e China vetam sanções da ONU contra Mugabe

A Rússia e a China vetaram na sexta-feira (11) as sanções propostas na ONU contra o Zimbábue, que representavam a mais recente tentativa da comunidade internacional de punir o regime autoritário de Robert Mugabe após uma criticada e violenta eleição presidencial no país africano. Os EUA e a Grã-Bretanha buscavam impor um embargo de armas e sanções contra Mugabe e outras autoridades do Zimbábue.

As potências ocidentais reuniram nove votos, o mínimo necessário para conseguir a aprovação no Conselho de Segurança, formado por 15 países. Mas a resolução foi rejeitada por dois dos cinco membros permanentes com direito de veto. Os outros três países com essa prerrogativa, Estados Unidos, Grã-Bretanha e França, argumentaram que as sanções eram necessárias para responder à violência e à intimidação atribuídas ao governo do Zimbábue recentemente. Estes ataques e atos violentos levaram os opositores a se retirarem do segundo turno das eleições presidenciais, no qual Mugabe venceu como candidato único.

O governo de Mugabe nega responsabilidade pelos atos de violência que cercaram o primeiro turno eleitoral. Morgan Tsvangirai se retirou da disputa seguinte por causa dos ataques a seus seguidores. Na sexta-feira, o partido de Tsvangirai informou que pelo menos 113 de seus membros morreram vítimas da violência política desde março.

Vitaly Churkin, embaixador da Rússia na ONU, disse que as sanções teriam representado um caso em que o organismo teria ido além de seu mandato de apenas enfrentar as ameaças à paz e à segurança internacionais.

O embaixador norte-americano Zalmay Khalilzad criticou duramente o veto e disse que a "China e a Rússia se uniram a Mugabe contra o povo do Zimbábue". A medida pôs fim por ora aos esforços para ampliar a pressão internacional contra o regime de Mugabe e para obrigá-lo a um acordo para compartilhar o poder com Tsvangirai.

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