A empresa estatal russa de gás natural Gazprom confirmou que recebeu todos os pagamentos da Bielo-Rússia pelo fornecimento do recurso ao país e restaurou o abastecimento, que havia sido cortado parcialmente. O anúncio foi feito pelo presidente da companhia, Alexei Miller, na televisão estatal. Por sua parte, a Bielo-Rússia confirmou que a Gazprom quitou sua dívida pela utilização do gasoduto do país. A Lituânia e a Polônia – que foram indiretamente afetadas pelo corte do envio de gás da Rússia à Bielo-Rússia – afirmaram que seus abastecimentos já voltaram ao normal.
A Gazprom tinha começado a restringir o fornecimento de gás à Bielo-Rússia na segunda-feira, devido ao atraso no pagamento das contas referentes a janeiro até abril. Ontem, com corte de 60% do gás natural recebido, a Bielo-Rússia reduziu o fluxo do recurso para a Lituânia e a Polônia – integrantes da União Europeia – pelo gasoduto Yamal-Europa, que passa pelo país. A companhia polonesa de gás PGNiG informou que seu fornecimento de gás pela Rússia continuou no mesmo nível, compensado por entregas maiores pelo gasoduto que passa pela Ucrânia.
A estatal russa também tinha uma dívida com a operadora do gasoduto bielo-russo Beltrangaz. Ao anunciar o pagamento de sua parte, o governo da Bielo-Rússia deu prazo até hoje para que a Gazprom quitasse o débito, ameaçando interromper o uso da linha de transmissão – ponto-chave para o fornecimento do gás natural da Rússia ao restante da Europa.
A interrupção da entrega de gás natural da Rússia à Europa foi vista como uma tentativa da Bielo-Rússia de manter o fornecimento russo a baixo preço. “A batalha terminou, mas desentendimentos sobre o abastecimento de gás continuam em andamento e podem irromper outra vez”, afirma a analista da consultoria Eurásia Group, Jenia Ustinova. O conflito levantou preocupações na UE, que depende da Rússia para quase um quarto de sua demanda por gás natural. As informações são da Dow Jones.