Funcionários do governo e parlamentares russos fizeram ressalvas quanto à possível entrada da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Para as autoridades russas, a medida causaria uma "crise profunda" nas relações entre Moscou e Kiev.

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Os comentários críticos foram feitos depois de o presidente norte-americano, George W. Bush, ter reafirmado seu apoio à entrada da Ucrânia na aliança. A Otan deve discutir os passos para o ingresso da Ucrânia e de outra nação do antigo bloco soviético, a Geórgia, no encontro desta semana em Bucareste, Romênia.

O vice-ministro russo de Relações Exteriores, Grigory Karasin, afirmou durante uma audiência parlamentar que "a entrada da Ucrânia na Otan iniciaria uma crise profunda nas relações" entre os dois países.

Karasin não mencionou qual ação específica Moscou tomaria. Mas alguns parlamentares sugeriram que a Rússia poderia cancelar o Tratado de Amizade firmado com a Ucrânia. O acordo é um documento-chave da era pós-soviética, e delineia a fronteira entre as duas nações.

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Karasin também afirmou que o ingresso da Ucrânia na aliança prejudicaria a relação da Rússia com o Ocidente.

O pedido de ingresso ucraniano é fortemente apoiado pelos Estados Unidos, pelo Canadá e por vários países do centro e oeste europeu. A Alemanha, a França e algumas outras nações se opõem à medida, pois acreditam que isso pioraria a relação com Moscou. A Otan toma esse tipo de decisão por consenso.

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"A expansão da Otan nas fronteiras da Rússia é inaceitável para nós, e faremos tudo para evitá-la", disse o presidente da Câmara dos Deputados russa, Boris Gryzlov. Segundo ele, vários ucranianos se opõem ao ingresso na aliança. Pesquisas mostram que metade da população ucraniana é contra a entrada do país na Otan.