O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, alertou hoje (2) que a Rússia se arrisca a perder o seu lugar no prestigiado G8 (o grupo dos sete países mais industrializados, formado pela Alemanha, França, Itália, o Reino Unido, Canadá, os Estados Unidos, o Japão – e a Rússia) devido ao envio de tropas para a república autônoma da Crimeia.

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O presidente russo Vladimir Putin “pode não ter [a cúpula do] G8 em Sochi, pode mesmo não ficar no seio do G8 se isso continuar”, advertiu Kerry em declarações à televisão norte-americana NBC.

Antes, os ministros dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido e da França anunciaram ter decidido suspender a participação nas reuniões preparatórias da Cúpula do G8, prevista para junho na cidade russa de Sochi.

O chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, disse que a França espera que sejam suspensas “as reuniões de preparação do G8”, reagindo à situação de tensão entre Kiev e Moscou, depois da Câmara Alta do Parlamento russo ter aprovado ontem (1º), por unanimidade, um pedido do presidente Vladimir Putin para autorizar “recurso às Forças Armadas russas no território da Ucrânia”.

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O Canadá, por sua vez, decidiu suspender a participação na cúpula. Além disso, retirou o embaixador na Rússia, em protesto pela intervenção militar na Ucrânia, e pediu a Moscou que “retire imediatamente” as tropas do país.

Nesse sábado, a administração norte-americana informou, em comunicado, que decidiu suspender a participação nas reuniões preparatórias do G8.

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O comunicado foi divulgado após conversa telefônica de 90 minutos entre o presidente norte-americano, Barack Obama, e Putin. Na conversa, Obama pediu o recuo das forças russas e advertiu contra um isolamento internacional crescente, se for mantida a intervenção na Ucrânia.

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Anders Fogh Rasmussen, pediu hoje (2) à Rússia que pare com as atividades militares e as ameaças contra a Ucrânia, lembrando que as ações russas põem em risco “a paz e a segurança na Europa”.

Rasmussen falou antes de uma reunião de emergência com os 28 embaixadores da Otan, em Bruxelas, para “discutir as implicações [da ação da Rússia] na segurança europeia”.