A Rússia deixará o porto ucraniano estratégico de Sebastopol, no Mar Negro, se a concessão, que vence em 2017, não for renovada pelo governo da Ucrânia, afirmou o vice-primeiro-ministro russo, Sergei Ivanov, em entrevista à BBC. Questionado se poderia imaginar a saída da frota russa do porto, Ivanov disse que isso é possível. “Sim, posso imaginar isso facilmente depois de 2017. Por que não, se o governo ucraniano que estiver no poder decidir não prolongar a concessão?”
A cidade de Sebastopol, localizada na península da Criméia, tem uma população majoritariamente russa e abriga a base naval da Rússia, assim como sua frota no Mar Negro. A Rússia utiliza o porto desde o século 18, e milhares de russos vivem e trabalham na península da Criméia. No entanto, o acordo de concessão para o uso da base vence em 2017, e autoridades da Ucrânia vêm sinalizando que não querem estendê-lo.
A campanha militar da Rússia contra a Geórgia em agosto alimentou temores de que o Kremlin possa lançar uma ação semelhante contra a Ucrânia, que, assim como a Geórgia, procura enfraquecer seus laços com a Rússia.
Questionado sobre o que aconteceria se o governo ucraniano rejeitasse a presença da frota russa devido à esperada oposição local de russos étnicos, Ivanov afirmou que o país não iria intervir. “Amo a Criméia e tenho parentes lá, mas isso é problema da Ucrânia, não da Rússia.”