A presidente argentina, Cristina Kirchner, enfrentará segunda-feira um grande protesto das associações ruralistas do país, que realizarão um locaute nacional de uma semana que implicará na suspensão da comercialização de cereais e oleaginosas. Este será o primeiro grande protesto após a morte do ex-presidente Néstor Kirchner, que era considerado o verdadeiro poder no governo de sua mulher.

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Kirchner, que morreu em outubro, costumava ser o responsável das manobras de contra-ataque quando o governo era pressionado. Os ruralistas, que há dois anos reclamam de forma intermitente das limitações às vendas de carne bovina ao exterior e dos impostos aplicados aos cereais e oleaginosas, atualmente protestam contra as restrições que o governo impõe às exportações de trigo. O ministro da Agricultura, Julián Domínguez, chamou de “satânica” a mesa de ligação – organização que reúne as diversas associações ruralistas do país.

O conflito com o setor ruralista – que se transformou no primeiro da área econômica a desafiar o governo – data do início do governo de Néstor Kirchner (2003-2007). Mas, com o passar dos anos, se intensificou e atingiu seu ponto alto em março de 2008, quatro meses após a posse de Cristina, quando ela decretou um “tarifaço agrário”, provocando a ira dos agricultores. A medida do governo teve o insólito efeito de unir pela primeira vez na história as quatro maiores associações ruralistas do país.

A volta dos protestos ruralistas promete ser uma grande dor de cabeça para Cristina. Além disso, constitui mais uma frente de batalha do governo Kirchner, que já enfrenta uma série de denúncias de corrupção, intensificação dos conflitos sociais e inflação.

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Eleição

Em meio uma nova crise com os ruralistas, continua a campanha para que Cristina seja candidata à reeleição em outubro. Na quinta-feira, Daniel Scioli, governador da Província de Buenos Aires – que reúne 40% do eleitorado argentino e onde o peronismo possui forte influência -, afirmou que Cristina teria de ser a candidata.

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