O policial Ermes Cafaro, que deteve a jovem marroquina Karima El-Mahroug, conhecida como Ruby, em 2010, afirmou hoje que ela lhe contou sobre as festas em que participou na casa do ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi.
Ele foi ouvido nesta segunda-feira como testemunha do processo que acusa o ex-premier de envolvimento com prostituição de menores, uma vez que ele teria mantido relações com Ruby quando ela ainda tinha menos de 18 anos, e de concussão, por supostamente ter intercedido por sua libertação quando ela foi presa por roubar um relógio.
Cafaro contou que, após saber que ficaria presa, a jovem marroquina lhe contou de uma festa em uma das residências de Berlusconi, em Villa San Martino, da qual participou em 14 de fevereiro de 2010 e na qual havia homens e mulheres, sendo que estas eram desnudadas e que ela se sentia desconfortável com isso.
Ruby “me disse que houve avanços sexuais, mas não explicou o conteúdo”, afirmou o policial, que afirmou que ela lhe contou que Berlusconi teria feito esses “avanços”.
Segundo ele, a jovem marroquina ainda lhe contou que foi levada à casa do ex-chefe de Governo italiano pelo agente de celebridades Lele Mora, e que, ao sair, recebera um envelope com 15 mil euros (cerca de R$ 34 mil).
Cafaro ainda disse em seu testemunho que Ruby fez Berlusconi acreditar que era sobrinha do ex-ditador do Egito Hosni Mubarak para que o ex-premier lhe arranjasse todos os documentos necessários para ela se regularizar na Itália.
O policial relatou que a jovem também teria dito ao ex-primeiro-ministro que ela era maior de idade. “Silvio Berlusconi não tinha o conhecimento de que ela fosse menor. Sabia que era marroquina, mas se declarada maior” de idade, apontou.
Ele ainda confirmou a acusação de que a delegacia em que Ruby ficou detida recebeu “telefonemas e pressões” por sua libertação do número da presidência do Conselho de Ministros. Segundo Cafaro, ela foi liberada aos cuidados de Nicole Minetti, conselheira do partido de Berlusconi.
