Romênia e Bulgária são alvos de críticas da França

O ministro de Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, reiterou nesta segunda-feira a hostilidade do país em relação a entrada da Romênia e da Bulgária a um espaço de livre circulação na Europa.

Segundo Fabius, há preocupações de que criminosos e imigrantes de outros Estados poderiam usar os dois países como uma passagem para algumas partes da União Europeia. “Há um problema lá, porque é preciso ter certeza que a Bulgária e a Romênia terão condições de verificar [o trânsito de pessoas]. Por enquanto, parece que as condições não estão sendo atendidas”.

Referindo-se ao Acordo de Schengen, que permite que as pessoas se desloquem através de 26 países europeus, sem a necessidade de apresentar passaportes, ministro afirmou: “Se não houver uma mudança nas condições, não vamos ser a favor”.

Segundo o ministro, a grande maioria dos países que formam o espaço Schengen compartilham desta visão e a França deve vetar o acesso dos dois países, a não ser que melhorem seu controle de fronteira.

Para ter acesso pleno a esta zona de livre circulação, a Romênia e a Bulgária devem passar pela aprovação da União Europeia, contudo os países do bloco podem vetar o acesso de um estado membro.

Recentemente, o ministro do Interior da França, Manuel Valls, disse que os ciganos de etnia roma, que provém dos dois países têm um estilo de vida oposto à maneira de viver dos franceses.

Valls defendeu a política do governo francês de destruir acampamentos dos ciganos e expulsar seus moradores. “Eu aprovei o desmantelamento dessas verdadeiras favelas que representam um perigo tanto para as pessoas de origem cigana, mas também, claro, para as pessoas que vivem em bairros da classe trabalhadora” nas proximidades, onde eles são frequentemente encontrados, disse Valls na rádio France Inter.

Poucos, segundo ele, podem se integrar na sociedade francesa. “Esses povos têm estilos de vida muito diferentes do nosso, e estão claramente em confronto”, disse o ministro.

Na segunda-feira, Fabius tentou se distanciar das recentes declarações de Valls sobre os ciganos. “A coerência não é proibida”, disse ele, acrescentando que os acampamentos ciganos ilegais “criam dificuldades sociais e há crianças que roubam”.

O ministro lembrou que a UE injeta capital para a Romênia visando a integração dos ciganos, mas estes não são usados. Contudo, Fabius admitiu que a mesma crítica pode ser dirigida para outros países, sem especificar. “Temos que fazer mais”, disse ele.

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