O prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri (PRO, de centro-direita), disse que será candidato à Presidência da Argentina em 2011 ou à reeleição, apesar do seu envolvimento no escândalo de espionagem, pelo qual responde a processo na Justiça. “Eu vou ser candidato no ano que vem”, disse Macri, em entrevista aos correspondentes estrangeiros na Argentina.

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Macri alegou que as denúncias de escutas telefônicas fazem parte de uma “manobra de Néstor Kirchner transformada em causa judicial” para desgastá-lo junto à opinião pública. Segundo ele, seu rival político, o ex-presidente Kirchner (2003-2007) e marido da atual mandatária Cristina Kirchner, “armou” o escândalo para prejudicá-lo. O milionário empresário, que foi presidente do popular clube de futebol Boca Juniors, entrou para a política há dois anos, com pretensões de chegar à Presidência da República.

Contudo, o escândalo provocou um debate na Assembleia Legislativa de Buenos Aires para pedir o impeachment de Macri, que corre o risco de perder o mandato. Ele afirma que é inocente e estimula as comissões de investigações para provar que não cometeu o delito, pelo qual foi processado em maio. A Justiça considerou que ele participou das escutas ilegais, que teriam sido montadas por altos chefes da polícia metropolitana, criada pela prefeitura de Macri, e outros funcionários.

O caso provocou a demissão dos envolvidos e a detenção do chefe da polícia metropolitana. Macri afirma que Kirchner “exerce o poder nas sombras e com perversidade”. O partido do prefeito, o PRO, foi o grande vencedor das eleições legislativas do ano passado e, desde então, tem recebido adesões de peronistas descontentes com a forma centralizadora do governo do casal Kirchner.

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Os analistas políticos afirmam que o escândalo arranhou a imagem de Macri e do PRO, ao mesmo tempo em que fortaleceu o outro partido de oposição, a União Cívica Radical (UCR). As eleições presidenciais serão realizadas em outubro do próximo ano.