A secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, voltou a pedir nesta quinta-feira (14) à Rússia que honre a trégua com a Geórgia. Rice está na França e de lá seguirá para Tbilisi levado o documento oficial de cessar-fogo para assinatura do presidente georgiano, Mikhail Saakashvili. Rice encontrará Saakashvili na próxima etapa da missão diplomática enviada pelo governo dos EUA para tentar encerrar o conflito entre Moscou e Tbilisi.
Ao lado de Rice, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, comentou que o objetivo do documento é “consolidar o cessar-fogo”. O pacto foi patrocinado pela União Européia (UE), cuja presidência de turno é ocupada atualmente pela França.
Sarkozy anunciou que Rice será a portadora dos documentos que consolidarão a trégua e permitirão o começo da retirada russa. A secretária de Estado reforçou os pedidos para que a integridade territorial georgiana seja respeitada, embora tropas russas permaneçam no país.
Em Washington, a Casa Branca informou nesta quinta que ignorará a alegação russa de que a integridade territorial da Geórgia não pode ser preservada e que as duas províncias separatistas pró-Moscou do país não farão mais parte da ex-república soviética.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, declarou em Moscou que o mundo “pode esquecer essa conversa de integridade territorial da Geórgia”. De acordo com o chanceler russo, “é impossível convencer a Ossétia do Sul e a Abkházia a aceitarem a idéia de que podem ser forçadas a fazer parte da Geórgia novamente”.
Em reação ao comentário, a secretária de Imprensa da Casa Branca Dana Perino, disse a jornalistas que o governo Bush vê o comentário russo como uma “fanfarrice” e que as autoridades americanas não darão atenção a ele.
O cessar-fogo declarado na terça-feira (12) aparentemente continua vigorando na região central da Geórgia, mas há relatos de que tropas russas estariam se deslocando dentro de pelo menos duas cidades do país, Gori e Poti. Moscou informou que está desocupando Gori, cidade estratégica 60 quilômetros a leste de Tbilisi. Antes, a Rússia negava que houvesse ocupado a cidade. Em Poti, um porto no Mar Negro com um pequeno terminal petrolífero, testemunhas disseram ter visto hoje tanques russos e caminhões com soldados no cais.