Charlie Hebdo

Revista planeja tiragem recorde de 3 milhões de exemplares

Os funcionários que sobreviveram ao ataque ao jornal satírico Charlie Hebdo planejam uma tiragem recorde para a publicação que vai às bancas na quarta-feira (14): 3 milhões de exemplares. A edição terá o profeta Maomé na capa. Enquanto isso, a polícia francesa procura outros membros da célula terrorista envolvida nos ataques realizados na capital francesa na semana passada.

Na noite de segunda-feira (12), o site do jornal Libération, publicação que está abrigando os funcionários do Charlie Hebdo, postou a imagem da próxima capa do jornal. Trata-se de uma caricatura do profeta Maomé, chorando e segurando um papel no qual está escrito “Je suis Charlie”, ou “Eu sou Charlie”, frase que tem sido usada em manifestações contrárias ao ataque à publicação em todo o mundo. Acima da imagem do profeta está escrita a frase: “Tout est Pardonné”, que significa “Tudo está perdoado”.

A edição será traduzida em 16 idiomas.

“Três milhões de pessoas terão Maomé, o profeta, desenhado em casa”, declarou à BBC nesta terça-feira Zineb El Rhazoui, colunista do Charlie Hebdo.

A polícia francesa disse que até seis membros de uma célula terrorista envolvida nos ataques de Paris podem estar foragidos, dentre eles um homem que foi visto dirigindo um carro registrado em nome da mulher de um dos participantes dos ataques.

O governo enviou 10 mil militares para locais sensíveis do território francês, dentre eles escolas e bairros judaicos, após os ataques que deixaram 17 mortos na semana passada.

O irmãos Cherif e Said Kouachi e seu amigo, Amedy Coulibaly, foram mortos pela polícia. Os irmãos, que atacaram o jornal, morreram após serem cercados numa gráfica e Coulibaly foi morto no interior de um supermercado kosher, onde também fez vítimas fatais. Os três afirmaram ter ligação com extremistas islâmicos do Oriente Médio.

Dois policiais disseram à Associated Press que as autoridades procuram, na região de Paris, pelo Mini Cooper registrado em nome de Hayat Boumeddiene, mulher de Coulibaly. Autoridades turcas dizem que ela foi para a Síria.

Um dos policiais declarou que a célula era formada por cerca de 10 pessoas e que “cinco ou seis podem estar foragidas”, mas não forneceu os nomes dos suspeitos. O outro oficial disse que a célula era composta por cerca de oito pessoas e incluía Boumeddiene.

Um dos policiais disse também que Coulibaly aparentemente detonou um carro-bomba na cidade de Villejuif, na quinta-feira, mas ninguém ficou ferido e o fato não recebeu atenção significativa da imprensa quando aconteceu. Fonte: Associated Press.

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