Estados Unidos e China fizeram ontem promessas de respeito mútuo e aumento do diálogo e cooperação na tentativa de construir uma relação de “confiança estratégica”, mas continuaram a divergir em questões fundamentais, como direitos humanos, o regime cambial chinês e o grau de agressividade que deve ser adotado em relação ao programa nuclear iraniano.

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O principal avanço ocorreu na negociação em torno da mudança climática, com o compromisso dos dois países de buscar um acordo amplo e de aplicação imediata em Copenhague, dando novo impulso às negociações da Conferência sobre o Clima. Os presidentes Barack Obama e Hu Jintao se reuniram ontem durante duas horas no Palácio do Povo, na Praça Tiananmen, o coração político de Pequim. Em seguida, realizaram o que os chineses chamaram de “entrevista coletiva”, na qual os jornalistas não puderam fazer perguntas.

Nos seus discursos, ambos se esforçaram para destacar a cooperação e interesses comuns, mas o resultado do encontro demonstra que persistem diferenças históricas. No caso da cotação do yuan, norte-americanos não conseguiram nem mesmo que o tema fizesse parte da declaração conjunta aprovada pelos dois presidentes.

As discordâncias ganharam mais peso com a inevitável tensão que marca o relacionamento entre uma potência estabelecida e outra emergente. A China deverá ultrapassar o Japão no próximo ano e se tornar a segunda maior economia mundial. A posição é reforçada pelo fato de o país ser o maior credor externo dos EUA, com um estoque de pelo menos US$ 800 bilhões em títulos do Tesouro norte-americano.

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Pequim afirmou que sua emergência é pacífica e tem como objetivo a construção de um mundo “harmonioso”, enquanto Washington disse que dá boas-vindas a uma China “forte e próspera” no cenário global. Os dois presidentes também tentaram reduzir o peso das divergências.

“Nas nossas conversas, ressaltei ao presidente Obama que, dadas as diferenças entre nossas condições nacionais, é normal que os dois lados discordem em certos temas. Mas é importante respeitar e acomodar interesses fundamentais”, observou Hu.

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