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Retirada de civis de Alepo é suspensa na Síria após novos episódios de violência

A retirada de civis e de combatentes da oposição do leste de Alepo foi suspensa nesta sexta-feira, após rebeldes abrirem fogo contra um comboio em um dos postos de controle da área, de acordo com a imprensa estatal da Síria. Já a imprensa oficial da Turquia afirma que as forças leais ao presidente sírio, Bashar al-Assad, é que foram responsáveis por um ataque a um comboio.

Não estava ainda claro quanto tempo poderia levar para a retirada ser retomada. A imprensa estatal síria também disse que rebeldes tentavam levar reféns com eles para o enclave das forças oposicionistas. Também não se sabia se os episódios poderiam acabar com o cessar-fogo, no âmbito do qual dezenas de milhares de pessoas estão sendo retiradas de áreas controladas pelos rebeldes, um processo que deve levar vários dias.

O canal Al-Manar, do Hezbollah, afirmou que o Exército sírio interrompeu o processo pois rebeldes haviam violado o cessar-fogo. Milicianos do Hezbollah combatem na guerra civil síria ao lado das forças de Assad. A emissora Al-Mayadeen TV, sediada no Líbano, diz que ônibus que estavam parados em um posto de controle deixaram a área após um ataque de homens armados.

O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou uma nova iniciativa de paz para a Síria, ao dizer que ele e o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, trabalham para estabelecer um diálogo pela paz entre Damasco e oposicionistas no Casaquistão. Putin disse que as negociações ocorreriam em Astana, capital do Casaquistão, e que ele e Erdogan também trabalham por uma trégua geral na Síria. A oposição síria apoiada pelo Ocidente, porém, dificilmente aceitará o local proposto para as negociações.

Há números contraditórios sobre quantas pessoas foram retiradas de Alepo na quinta-feira. A imprensa estatal síria disse que mais de 9 mil pessoas foram retiradas apenas na quinta-feira na cidade. Entre as pessoas retiradas havia, segundo a TV estatal, 3.475 homens, 3.137 mulheres, 2.359 crianças e 108 pessoas feridas. Já o Comitê Internacional da Cruz Vermelha informou que cerca de 4 mil civis foram retirados na quinta-feira.

Para a oposição, a retirada é uma derrota humilhante. Assad qualificou o episódio como um evento histórico, comparável ao nascimento de Cristo e à revelação do Alcorão. Fonte: Associated Press.

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