As equipes que trabalham no resgate dos 33 mineiros presos no Chile esperam que toda a preparação do túnel esteja pronta para a retirada dos trabalhadores a partir da meia-noite de quarta-feira. Nesta madrugada foi concluído o reforço dos primeiros 90 metros do poço que será usado para o resgate, com a instalação de 15 tubos, segundo informou o jornal local El Mercurio.

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Andre Sougarett, o líder do resgate, disse que a cápsula vazia que será enviada pelo túnel para resgatar os mineiros já desceu 610 metros em uma operação teste, e ficou 12 metros acima do local onde os trabalhadores estão presos desde o dia 5 de agosto. “Nós não enviamos a cápsula até o fim porque teria o risco de alguém pular”, disse o ministro da Mineração, Laurence Goldborne. Segundo ele, o teste foi muito positivo, e a cápsula, que foi construída pela Marinha do Chile, teve um desempenho muito bom.

Uma lista está sendo elaborada para definir quais mineiros serão resgatados primeiro. Dois paramédicos serão enviados para baixo para acompanhar o resgate e, 12 horas depois, eles serão substituídos por mais dois paramédicos. Um por um, os mineiros irão subir na cápsula numa jornada de 20 minutos de duração e de 622 metros de altura. A cápsula dever girar cerca de 350 graus de dez a doze vezes durante as curvas que antecedem o buraco de saída. A expectativa é de que demore cerca de uma hora para a cápsula de salvamento realizar uma volta completa, de ida e vinda.

Os mineiros já estão contando com apoio de um time de psicólogos para que consigam suportar as condições extremas do confinamento. Mas, na semana passada, eles também tiveram uma hora por dia de treinamento para lidar com a mídia, incluindo como responder a perguntas mais indiscretas sobre o período que passaram presos, suas vidas pessoais e suas famílias.

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Os helicópteros que participarão do resgate treinaram durante a noite, nas proximidades da mina São José, que fica perto da cidade de Copiapó. Os voos ocorreram para simular um eventual transporte dos mineiros durante a noite, segundo o diário El Mercurio. Pouco após deixarem o túnel, os mineiros devem ser levados para um hospital.

Vida nova

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Por mais desafiador que seja sobreviver preso no subsolo por mais de dois meses, a mina de ouro e cobre é um território familiar. Uma vez que saírem do buraco os mineiros terão que encarar outros desafios. Primeiro, eles serão festejados por suas famílias. Depois, serão disputados por mais de 750 jornalistas que estão na boca da mina, competindo por entrevistas e filmagens. Eles também já foram convidados para visitar palácios presidenciais, tirar férias com todas as despesas pagas e aparecer em vários programas de televisão.

Contratos para livros e filmes estão ainda pendentes, juntamente com propostas de emprego. Mais dinheiro do que eles poderiam sonhar está esperando por sua assinatura. A vida destes mineiros não será como antes de ficarem presos. “Antes de serem heróis, eles são vítimas”, afirma o psicólogo da Universidade de Santiago, Sergio Gonzalez. O governo do Chile prometeu que cada mineiro terá pelo menos seis meses de apoio psicológico.