Investidores estão fugindo dos mercados emergentes em meio à desaceleração da economia da China, queda do preço das commodities em escala global e expectativas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) aumentará as taxas de juros em breve.
Essa fuga de capitais provocou, segundo a Markit, o resgate de US$ 3,7 bilhões dos 229 fundos negociados em bolsa que se baseiam em mercados emergentes e nos chamados BRICS (Brasil, Rússia, Índia e China) somente neste trimestre.
A combinação de dólar forte e o baixo preço das commodities pressiona as economias emergentes que contam com recursos naturais. Ao mesmo tempo, grandes consumidores como a China enfrentam fraco desempenho econômico. Como resultado, o índice MSCI para os emergentes caiu para o menor nível em 4 anos.
As moedas dos mercados emergentes estão se enfraquecendo à medida que eles sofrem com déficits crescentes e fuga de capitais, com os investidores buscando maior rendimento em outros lugares.
Contudo, a desvalorização das moedas em relação ao dólar é uma consequência natural, já que muitos dos emergentes aprenderam a lição em crises anteriores e permitiram a flutuação das moedas. Muitos deles também acumularam reservas externas significativas que podem ser usadas para estabilizar as divisas em um momento de pressão.
Como consequência, houve uma queda de US$ 227 bilhões em reservas estrangeiras nos mercados emergentes no primeiro trimestre deste ano, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). A redução foi a maior queda trimestral em seis anos.
Em nota, gestores da Schroder Investment Management Limited disseram que os mercados emergentes passam por um mal-estar econômico impulsionado por uma série de questões que podem exigir um processo de recuperação de vários anos. Fonte: Dow Jones Newswires.