O senador John McCain recordou em discurso nesta segunda-feira (31) seu legado militar. O enfoque no tema faz parte da estratégia do candidato do Partido Republicano para se posicionar como alguém com experiência em segurança nacional, ao contrário dos rivais democratas.
Já os pré-candidatos Barack Obama e Hillary Clinton prosseguem em sua luta para conseguir a nomeação do Partido Democrata. A disputa entre ambos é vista por alguns como uma movimentação que enfraquece o partido, enquanto os republicanos buscam consolidar o nome de McCain.
O senador pelo Arizona garantiu sua indicação algumas semanas atrás. Sete meses antes das eleições, pesquisas indicam uma disputa apertada entre ele e o candidato democrata, seja este Hillary ou Obama.
McCain não mencionou os democratas no discurso desta segunda-feira (31). Nem discutiu a guerra no Iraque ou a desaceleração da economia norte-americana – assuntos que serão usados pelos democratas para criticar os republicanos.
Ao invés disso, buscou passar uma imagem de patriota, nascido em uma família de guerreiros americanos devotados à honra, à coragem e ao dever. "Eu sou filho e neto de almirantes", disse McCain. "Eles foram meus primeiros heróis, e o respeito deles têm sido uma das minhas ambições mais duradouras na vida…Eles me mostraram como amar meu país e isso fez toda a diferença para mim."
McCain foi prisioneiro de guerra no Vietnã, no período em que o próprio pai comandava todas as forças dos EUA no Pacífico. "Ele rezou de joelhos todas as noites pelo meu retorno em segurança.. Porém, quando o dever requereu, ele deu a ordem para os (aviões) B-52 bombardearem Hanói, muito perto da minha prisão."
O candidato falou em uma casa de concertos restaurada, que é parte da Universidade Estadual do Mississippi. O local fica próximo de uma base que leva o nome do pai dele. Foi a primeira parada no tour de uma semana que busca consolidar o nome do candidato junto ao público.
Do lado democrata, Hillary novamente afirmou que não desistirá da disputa, apesar da desvantagem em relação a Obama. O marido dela, Bill Clinton, disse no domingo (30) que um "debate vigoroso" era bom para o partido.
"Quero que todos entendam que esta tem sido uma ótima disputa, ótima para a América", disse Obama, nesta segunda-feira (31). Ele comemorou o fato de a disputa envolver as pessoas "como nunca antes".
Na última semana, o senador Patrick Leahy, que apóia Obama, pediu a Hillary que deixasse a disputa. Muitos outros membros do Partido Democrata concordam com Leahy, acreditando que a disputa interna só fortalece o rival McCain.
Hillary espera ainda que o Partido Democrata leve em conta as primárias realizadas no Michigan e na Flórida. Esses Estados adiantaram a data da votação e foram punidos pelo diretório central, perdendo o direito de indicar delegados. Hillary ganhou nos dois estados – ainda que Obama tenha retirado o nome da cédula no Michigan.
Obama lidera com 1.624 nomes, ante 1.499 delegados de Hillary. A conta inclui os resultados já obtidos e a estimativa sobre os superdelegados – membros do partido que podem escolher seu candidato independentemente das votações anteriores.
Obama conseguiu o apoio de outro superdelegado nesta segunda-feira (31). Trata-se da senadora por Minnesota Amy Klobuchar. Ela é a segunda senadora a apoiar Obama, após Claire McCaskill, do Missouri. Obama tem o apoio de 13 senadores, mesmo número da rival. Já Hillary tem o voto de seis senadoras.