Forças de segurança da Síria atacaram ativistas e desertores do exército nesta terça-feira em várias cidades do país, matando pelo menos 47 pessoas, o que elevou o número de mortos na violência dos últimos dois dias para mais de 140, mesmo com o regime preparado para permitir a entrada de uma missão de observadores da Liga Árabe no país a partir da quinta-feira.
A televisão estatal da Síria mostrou imagens de manobras militares e disse que os exercícios tinham como objetivo “repelir qualquer agressão maquinada por inimigos da nossa nação”. Grupos de ativistas afirmam que 100 pessoas foram mortas na segunda-feira, o mesmo dia em que o governo sírio finalmente assinou no Cairo um documento que implementa o acordo fechado com a Liga Árabe para acabar com a violência no país. Cerca de 70 dos mortos na segunda-feira seriam desertores do exército. Os grupos afirmam que nesta terça-feira pelo menos outras 47 pessoas foram mortas pelo governo.
Mais uma vez, não foi possível verificar os números de maneira independente porque o acesso dos jornalistas estrangeiros foi proibido pelo regime sírio.
O Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, com sede em Londres, disse que 47 pessoas foram mortas nesta terça-feira ao redor do país. Outro grupo de ativistas sírios, o Comitê de Coordenação Local, afirma que foram mortas 62 pessoas nesta terça-feira. Não existe explicação para a discrepância dos números.
O Observatório afirma que o incidente mais sangrento aconteceu na província de Idlib, perto da Turquia, onde tropas regulares atacaram opositores com metralhadoras e mataram 23 pessoas. Já o outro grupo, Comitê de Coordenação Local, afirma que foram mortas 25 pessoas nesse incidente.
As informações são da Associated Press.