Cinco manifestantes foram mortos a tiros nesta quarta-feira, durante protestos contra os Estados Unidos no Afeganistão por causa da queima de livros sagrados muçulmanos em uma base militar dos EUA, disseram funcionários. Três deles morreram no distrito de Shinwar, na província de Parwan, ao norte de Cabul, informou uma porta-voz da administração provincial, Roshna Khalid. As outras duas mortes ocorreram em Cabul e em Jalalabad, a leste da capital, durante confrontos entre policiais e manifestantes, informaram fontes no Ministério da Saúde e em hospitais.
A polícia do Afeganistão abriu fogo para dispersar milhares de manifestantes anti-EUA pelo segundo dia, após um incidente em que segundo autoridades norte-americanas foram queimados livros sagrados muçulmanos em uma base militar em Cabul. Pelo menos 17 pessoas ficaram feridas nas manifestações na capital afegã e em Jalalabad, segundo funcionários.
Em Cabul, a polícia disparou para o ar perto da base, que fica nas proximidades da cidade. Perto dali, manifestantes furiosos incendiaram um caminhão-tanque em uma importante rodovia que liga a capital com a cidade de Jalalabad, no leste afegão. “Morte à América”, gritavam os manifestantes, enquanto lançavam pedras e faziam fogueiras nas proximidades da base militar.
O Ministério da Saúde informou que pelo menos 11 pessoas foram feridas por disparos em Cabul. Autoridades provinciais confirmaram seis feridos em confrontos em Jalalabad.
Na terça-feira, os EUA se desculparam pela queima dos livros, incluindo exemplares do Alcorão. Os livros haviam sido retirados de prateleiras de um centro de detenção na base aérea de Bagram, pois continham mensagens extremistas ou inscrições. A Casa Branca confirmou que a queima dos livros foi um incidente.
Na quarta-feira, quando o protesto tornava-se violento, o chefe de polícia da cidade, Mohammad Ayub Salangi, chegou ao local com centenas de reforços. A polícia informou posteriormente que a situação havia sido controlada. “Eles têm o direito de se manifestar, mas de acordo com a lei”, afirmou o vice de Salangi, o chefe de polícia Daud Amin.
Um médico do hospital Wazir Akbar Khan, em Cabul, disse que pelo menos 10 manifestantes foram levados ao local com ferimentos de bala. O médico, que pediu anonimato, afirmou que nenhum deles estava em estado grave. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.