Depois de quase meio século no poder, o anúncio de renúncia de Fidel Castro à presidência de Cuba, coloca seu irmão Raúl, de 76 anos, como provável sucessor permanente na presidência. Em carta publicado na edição online do diário do Partido Comunista, Fidel afirmou que não aceitará um novo mandato quando o novo parlamento cubano tomar posse no domingo. "Não aspirarei nem aceitarei, repito, não aspirarei nem aceitarei, o cargo de presidente do Conselho de Estado e comandante-em-chefe", diz a carta.

continua após a publicidade

Fidel Castro cedeu temporariamente o poder a seu irmão em 31 de julho de 2006, quando anunciou que havia se submetido a uma cirurgia intestinal. Desde então, Fidel não foi visto em público aparecendo apenas esporadicamente em fotografias oficiais e videoteipes e publicando densos ensaios sobre variados temas internacionais enquanto seu irmão mais novo consolidava seu poder.

Uma nova Assembléia do Poder Popular, o parlamento nacional, foi eleita em janeiro, e terá sua sessão inaugural domingo, quando renovará o Conselho de Estado, incluindo a presidência. O cargo foi oficialmente criado pela Constituição de 1976, e desde então foi ocupado por Fidel. Era amplamente especulado se ele teria condições de continuar exercendo o cargo. Ele foi eleito para a assembléia e poderia, legalmente, se apresentar como candidato à reeleição.

Fidel disse que autoridades cubanas queriam que ele permanecesse no poder depois da cirurgia. "Era incômoda minha posição frente a um adversário que fez todo o imaginável para se desfazer de mim e em nada me agradava comprazê-lo", comentou Fidel em sua mensagem, referindo-se aos Estados Unidos.

continua após a publicidade