Renúncia de indicados constrange governo Obama

Uma série de revelações embaraçosas está minando a mensagem de ética na política que ajudou a eleger o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Já são três os indicados do governo Obama que revelaram ter sonegado impostos, dos quais dois renunciaram na terça-feira (3) aos cargos. Outros três integrantes do governo eram lobistas e tiveram de receber uma autorização especial para ser nomeados – o que vai contra a promessa de Obama de manter o lobby longe da Casa Branca.

“Obama estabeleceu parâmetros éticos altíssimos para seu governo, por isso está ainda mais sujeito a críticas”, diz o cientista político Gary Jacobson, da Universidade da Califórnia, em San Diego. “Qualquer governo tem casos como esses, mas Obama se elegeu prometendo mudança.”

Na terça-feira, renunciaram Tom Daschle, indicado para secretário da Saúde, e Nancy Killefer, que era encarregada de garantir eficiência na Casa Branca. Daschle deixou de pagar US$ 128 mil em impostos, além de ter recebido US$ 5 milhões de empresas de saúde nos últimos anos – justamente as empresas que ele supervisionaria em seu novo cargo. Tim Geithner, o outro sonegador, pagou cerca de US$ 40 mil em impostos atrasados e escapou – foi confirmado pelo Senado como secretário do Tesouro.

Além de abalar a credibilidade, os contratempos com os indicados atrapalham o andamento do governo. O afastamento de Daschle deve atrasar o início da reforma do sistema de saúde. Já há nomes circulando para o cargo: Kathleen Sebelius, governadora do Kansas, e o ex-presidente do Partido Democrata Howard Dean.

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