A China, sede da próxima Olimpíada, é uma nação autoritária, que nega a seu povo direitos humanos e liberdades básicas, tolhe os jornalistas e os estrangeiros que vão fazer serviço humanitário no país e ainda tortura prisioneiros. Essas e outras acusações foram feitas pelos Estados Unidos em relatório de direitos humanos divulgado nesta terça-feira (11). O país asiático é ainda um dos que mais desrespeitam os direitos humanos, apesar do rápido crescimento econômico ter transformado grande parte da sociedade chinesa, informou o Departamento de Estado norte-americano.
O relatório mostra relato sobre suposta tortura na China, incluindo o uso de choques elétricos, surras, correntes e outras formas de abuso. O documento conta também sobre como funcionários do governo chinês atuam para garantir a "política de um filho" na China, e aponta que os deslocamentos forçados subiram muito no último ano. Muitas pessoas foram obrigadas a deixar suas casas por causa de projetos para a Olimpíada de Pequim. "O ano de 2007 foi de crescentes esforços para controlar e censurar a internet, e o governo ampliou as restrições à liberdade de expressão e à imprensa doméstica", pontua o relatório.
O relatório, que analisa país por país, é compilado sem relação com a diplomacia dos EUA, e apresentado ao Congresso. A avaliação parte de um dos países mais criticados por suas violações. Os Estados Unidos são alvo de críticas de entidades de defesa de direitos humanos envolvendo a guerra no Iraque, no Afeganistão, na prisão localizada na Baía de Guantánamo, Cuba, e o programa de rendição extraordinária. Além disso, o presidente George W. Bush vetou recentemente a lei que proibia uma técnica de afogamento usada em interrogatórios, considerada tortura pelas entidades de direitos humanos.