O relatório final do Conselho de Segurança da Holanda afirmou que o voo MH17 da Malaysia Airlines foi atingido por um míssil do tipo BUK, de fabricação russa. Com isso, as autoridades holandesas excluíram qualquer hipótese de bomba ou problemas técnicos na aeronave.
Segundo o documento, divulgado nesta terça-feira (13), o foguete foi lançado de uma região no leste da Ucrânia ocupada por rebeldes prórussos, a um raio de 320 quilômetros quadrados da fronteira. Durante a apresentação do relatório, os especialistas exibiram à imprensa a reconstrução do avião, feita com um suporte metálico e com destroços das peças originais.
Segundo os estudos, a cabine do piloto foi atingida em sua parte superior, desintegrandose. A ogiva atingiu a parte esquerda da cabine, onde foram encontrados vestígios de pintura referentes a um de um BUK.
O presidente da Dutch Safety Board, Tjibbe Joustra, que apresentou o relatório na base militar de GilzeRijen, disse que as autoridades ucranianas falharam em não terem fechado o espaço aéreo do país na época do acidente, pois havia motivos para tal medida de precaução.
No entanto, o governo russo voltou a acusar a Ucrânia pela queda do avião. A estatal russa AlmazAntey, que produz foguetes BUK, apresentou o relatório de uma investigação conduzida por seus próprios especialistas, de acordo com os quais um míssil 9M38 do sistema BUKM1 disparado da região de Zaroshenskii, controlada pelas forças armadas ucranianas, teria derrubado o avião em 17 de julho de 2014.
“Os resultados do nosso experimento desmentiram completamente os dados da comissão holandesa sobre o tipo de míssil e o lugar de lançamento”, declarou o diretorgeral da AlmazAntey, Ian Novikov. A fabricante russa também informou que realizou duas investigações sobre o acidente.
A primeira teria sido enviada à comissão holandesa em meados de agosto, mas, segundo a Almaz, seus resultados não foram levados em consideração. A segunda, de 7 de outubro, também teve suas conclusões apresentadas hoje. O acidente causou a morte de 298 pessoas e até o momento ninguém foi responsabilizado pelo abatimento da aeronave.
Diante do impasse, familiares das vítimas voltaram a criticar as autoridades, afirmando que, mais importante que identificar as causas do acidente, é descobrir os responsáveis e punilos. O voo MH17 saiu de Amsterdã, na Holanda, com destino a Kuala Lumpur, na Malásia, mas foi derrubado enquanto sobrevoava o leste da Ucrânia. Das vítimas, 196 eram holandesas.