As embaixadas dos Estados Unidos e do Reino Unido no Iêmen foram fechadas neste domingo, com os americanos citando “as persistentes ameaças da Al-Qaeda na Península Arábica (AQAP, na sigla em inglês) de atacar interesses americanos no Iêmen”, segundo comunicado divulgado no site da Embaixada dos EUA. Em Londres, uma porta-voz do Escritório de Relações Exteriores disse que a embaixada britânica também foi fechada por motivos de segurança.
Na quinta-feira, a missão dos EUA enviou uma mensagem aos cidadãos americanos no país, lembrando da “contínua ameaça de ações terroristas e violência contra cidadãos e interesses americanos ao redor do mundo”.
A AQAP convocou mais ataques a ocidentais na Península Arábica depois de assumir responsabilidade pelo fracassado ataque a um avião dos EUA no Natal.
Cooperação antiterror
Os Estados Unidos e o Reino Unido concordaram em financiar uma polícia antiterrorismo no Iêmen depois que o presidente dos EUA, Barack Obama, culpou pela primeira vez a unidade da Al-Qaeda no Iêmen pelo ataque fracassado no Natal.
Em comunicado por e-mail, o gabinete do primeiro-ministro britânico Gordon Brown disse que o Reino Unido e a Casa Branca concordaram em “intensificar o trabalho conjunto EUA-Reino Unido para lidar com a ameaça terrorista emergente tanto no Iêmen quanto na Somália”.
O gabinete informou que o país já está ajudando a treinar oficiais antiterrorismo do Iêmen, mas uma porta-voz do governo britânico informou que essa é a primeira vez que as unidades policiais antiterrorismo foram confirmadas.
Em Washington, um funcionário sênior do governo disse que as forças americanas e britânicas já ofereceram assistência antiterrorismo à polícia do Iêmen, e que ele não tinha conhecimento de qualquer novo esforço conjunto pronto para ser anunciado. O funcionário falou sob condição de anonimato.
Indagada a esclarecer a questão, a porta-voz do governo britânico disse que as iniciativas no Iêmen são parte de um trabalho contínuo entre Reino Unido e os EUA e que o custo da unidade policial antiterrorismo será atendido por meio dos compromissos de financiamento existentes com o Iêmen. A porta-voz disse que o Reino Unido deve dar mais de 100 milhões de libras (US$ 161 milhões) para o Iêmen em 2011.
O gabinete disse ainda que os dois países vão apoiar a operação de guarda costeira do Iêmen. Piratas que operam nas águas entre a Somália e o Iêmen sequestraram quatro navios na última semana.