O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse que o Reino Unido receberá crianças sírias vindas de outros países da Europa.
Cameron tem sido pressionado a fazer mais pelos refugiado. Na próxima semana ele pode enfrentar uma rebelião no parlamento vindo de alas conservadoras de seu partido, uma vez que havia focado anteriormente a questão em resgatar crianças do Oriente Médio e do Norte da África.
Nesta quarta-feira, o governo britânico afirmou que trabalhará em conjunto com autoridades locais para receber crianças desacompanhadas que estão na Grécia, Itália ou França somente se houver registro de imigração antes do acordo firmado entre Turquia e União Europeia, que entrou em vigor a partir de 20 de março. O acordo previa uma série de ajudas e concessões à Turquia em troca do país controlar e deter o fluxo de imigração irregular para dentro da União Europeia.
A natureza retrospectiva da iniciativa evitaria incentivar famílias na Síria a enviar suas crianças para a Europa através do tráfico humano, segundo o governante. O primeiro-ministro insistiu que essas crianças que alcançaram a Europa já estão em países seguros e que o foco é poder ajudar refugiados que estão em zonas próximas dos conflitos, o que não significa encorajá-las a fazer essa perigosa travessia para a Europa.
“Nossas ações, por mais bem-intencionadas que sejam, podem levar a mais pessoas mortas do que pessoas que conseguem melhorar de vida”, afirmou Cameron ao Parlamento. “Nós vamos conversar com as autoridades locais para ver o que podemos fazer, mas vamos manter o princípio de não criar novos rivais na Europa”, completou.
O governante alegou ainda que espera a chegada da primeira leva de imigrantes após o final do ano passando e que trata-se de um trabalho conjunto com a Agência das Nações Unidas para Refugiados (UNHCR), e a ONG Save the Children. O Reino Unido se comprometeu a receber 20 mil refugiados sírios, dos quais três mil se encontram em situação de vulnerabilidade, a maioria crianças.
De acordo com estimativas da ONU, mais de um milhão de refugiados sírios migraram para países vizinhos e para a Europa por conta da guerra civil instalada no país. Fonte: Dow Jones Newswires.